Mercado

Lideranças temem que safra 15/16 vá para o açúcar

Lençois Paulista-29.05.2008-Usina Zilor em Lençois Paulista,produção de açucar-foto:Niels Andreas
Lençois Paulista-29.05.2008-Usina Zilor em Lençois Paulista,produção de açucar-foto:Niels Andreas

O portal do JornalCana teve acesso a uma das principais preocupações de lideranças do setor sucroenergético: a de que a safra 2015/2016, prestes a deslanchar na região Centro-Sul do país, se torne açucareira, e não alcooleira, como até então previsto.

O portal não divulgará os nomes de cinco dessas lideranças que estão preocupadas com os rumos da safra 15/16, até porque elas participaram de reunião a portas fechadas.

Oficialmente, a safra 15/16 será alcooleira, até porque o etanol deverá remunerar melhor que o açúcar, porque há mercado promissor com a maior adição de anidro à gasolina desde março, quando saiu de 25% e foi para 27%, com o retorno da Cide à gasolina e com a redução do ICMS sobre o hidratado em Minas Gerais. Tais medidas devem criar a necessidade de 1,2 bilhão extra do biocombustível.

Como não há sobras em escala, a previsão é de que o Centro-Sul e, depois o Norte-Nordeste, repitam os médios 16 bilhões de litros do ciclo 14/15, ou até façam 1 bilhão a mais de olho no mercado crescente.

Safra será alcooleira em Goiás

Etanol remunera mais que o açúcar

Mas há um porém nesse roteiro de safra: o açúcar, que estava em baixa no mercado futuro da bolsa de Nova York, voltou a crescer, mesmo timidamente. O motivo, conforme apurado pelo portal do JornalCana, é o de que o mercado já sinaliza pequeno déficit na produção mundial do alimento neste ano.

E é aí que ‘mora o perigo’: usinas brasileiras, que anunciaram maior produção de etanol, poderiam virar a chave e passar a fazer açúcar caso ele sinalize melhor remuneração no andar de 2015.

E mais açúcar significará menos etanol, apesar da maior oferta de cana-de-açúcar, também penalizada pela seca de 2014 e do começo de 2015.

Menos etanol poderia significar uma ruptura com o governo federal, conforme as lideranças. E romper com a presidenta Dilma Rousseff, que tem-se mostrado complacente ao setor neste seu segundo mandato, seria perder credibilidade e novamente aprofundar uma crise ainda acesa.

E se ao invés de mais etanol, a safra 15/16 fizer mais açúcar?
E se ao invés de mais etanol, a safra 15/16 fizer mais açúcar?
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