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Liderança na produção de álcool depende do Nordeste

Presidente do Sindaçúcar/PE diz que é necessário estruturar novos pólos na região. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, Renato Cunha, é da opinião que se o Brasil quiser continuar no pique do ranking de produção de álcool do mundo precisa ampliar a sua produção no Nordeste até 2010 elevando-a de 12% para 25% em relação à produção nacional. “Sem um planejamento específico para a estruturação de novas fronteiras e pólos agrícolas no Nordeste não será possível, ao Brasil, amadurecer e se consolidar como um grande fornecedor de álcool etanol para o mundo” afirma Cunha.

Especialista no assunto, inclusive com pós-graduação no exterior, o presidente do Sindaçúcar/PE ressalta que essa ampliação passa por três pontos principais: ganhos de escala em produtividade, abertura de novas fronteiras e geração estrutural de empregos.

O litoral do Nordeste, entre Sergipe e Rio Grande do Norte, tem capacidade para crescer mais de 20% em produtividade e novas fronteiras precisam ser consolidadas na região do Rio São Francisco e nos estados do Piauí e Maranhão. Cunha lembra que o Governo Federal tem planos de ampliar a produção nacional de etanol em 10 bilhões até 2010.

O Nordeste é responsável por 12% do volume nacional de etanol. A região produz 1,8 bilhão de um total de 15,5 bilhões de litros de etanol. “O que o Brasil precisa é garantir, principalmente aos asiáticos, o fornecimento de etanol durante os doze meses do ano, com logística fluindo no Centro/Sul e Norte/Nordeste. Precisamos melhor potencializar a espacialidade do país, não nos restringindo a 88% da produção do Centro/Sul e apenas 12% do Nordeste”, diz.

Ele lembra que para o consumidor nacional, que acreditou no álcool como combustível e vem batendo recordes na compra do automóvel flex, e para os importadores consolidarem a confiança no setor sucroalcooleiro brasileiro é preciso avançar mais fornecendo aos compradores duas épocas de safra, com volumes de produção significativos. “Passando a contar com duas oportunidades de no mínimo 25% no Nordeste e 75% no Centro/Sul seremos supridores de primeira linha, já que haverá excedentes para atender novos mercados, sem tantas limitações logísticas. O comprador do terceiro milênio quer flexibilidade e a nossa agricultura pode fornecer esse diferencial, se melhor potencializar a espacialidade continental brasileira”.

O estado de Pernambuco vai apresentar um crescimento nas exportações de açúcar e de álcool, de cerca de 800 mil/toneladas e 55 mil metros cúbicos, respectivamente, durante a safra 2004/2005. A produção total de álcool ficou em torno de 415 mil metros cúbicos. O setor ganhou um reforço na exportação de açúcar.

A Bolsa de Londres credenciou o Porto de Suape, no litoral Sul de Pernambuco, para realizar exportação de açúcar refinado a partir da safra de 2005/2006 e, com isso, Pernambuco passa a ser, no Nordeste, o único estado a ter os dois portos credenciados para esse negócio (Recife e Suape).

O outro porto credenciado é do de Maceió, em Alagoas. “O escoamento pelo Porto de Suape é uma vantagem ao exportador da região, principalmente, para o açúcar ensacado. Esse é um diferencial competiti-vo. O Nordeste está reposicionado e não somos sub-alternativa, ao contrário, aqui se encontra o pêndulo de garantia do suprimento brasileiro de etanol”, defende o presidente do Sindaçúcar/PE.

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