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Licht prevê maior queda nos preços mundiais do açúcar

NOVA DÉLHI (Reuters) – Os preços mundiais do açúcar podem ampliar uma queda já significativa devido a expectativas de que a produção ultrapasse a demanda no ano safra que termina em setembro de 2007, afirmou um representantes da consultoria alemã F.O. Licht.

O recuo na demanda por importação dos Estados Unidos, Rússia e Paquistão depois de safras domésticas melhores pode pressionar os preços internacionais, disse em entrevista à Reuters Helmut Ahlfeld, diretor da Licht.

“Os preços do açúcar devem ficar no intervalo entre 10 e 13 centavos de dólar por libra-peso em meio a um excedente estimado por nós em 8 milhões de toneladas este ano, ante um déficit de 5,9 milhões de toneladas em 2004/05′, disse ele.

Outros analistas estimam um excedente um pouco menor, de 4,6 milhões de toneladas.

No início deste ano, os preços do açúcar negociados em Nova York alcançaram 19,3 centavos de dólar por libra-peso, mas desde então caíram fortemente em consequência de previsões de excedente. Na quarta-feira, o contrato março fechou cotado a 11,49 centavos de dólar por libra-peso.

Ahlfeld disse que a produção mundial de açúcar em 2006/07 deve subir para 159,7 milhões de toneladas, ante 153 milhões no ano passado, enquanto a demanda foi projetada em 148,6 milhões de toneladas, contra 145,6 milhões no último ano safra.

“No cenário atual não esperamos qualquer aumento nos preços. Em 2007/08 devemos ver uma produção de açúcar tão grande como no ano anterior’, disse ele.

VENDAS EUROPÉIAS E TAIWANESAS

Ahlfeld afirmou que a União Européia deve ter 1,4 milhão de toneladas de açúcar disponível para exportação no ano que termina em setembro de 2007. O bloco vendeu apenas 600 mil a 700 mil toneladas para mercados externos na última temporada.

A Licht espera uma queda do plantio na Europa após uma decisão de 2005 para reduzir subsídios, o que a longo prazo tornará a região uma importadora líquida da commodity.

A Tailândia, importante exportadora asiática, terá um excedente de 2 milhões de toneladas de açúcar este ano, e o número pode aumentar nos anos seguintes, segundo Ahfeld.

Devido à oferta extra, a decisão da Índia de impor uma proibição sobre as exportações de açúcar não poderia ter ocorrido em hora melhor, acredita ele.

Em julho, a Índia proibiu as exportações de açúcar e disse que a restrição duraria até o fim do ano financeiro em março. Nas últimas semanas surgiram rumores de que o veto poderia ser retirado antes desse prazo.

O diretor da Licht afirmou que parte do açúcar bruto da Tailândia pode ser destinado ao Oriente Médio, onde novas usinas estão sendo construídas.

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