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Kyoto aumentará renda de produtor

A renda dos produtores de cana poderá aumentar até 50% com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, um acordo dos países industrializados para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera. A previsão é do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, e leva em consideração o fato de a cana ser um dos grandes captadores de CO2 do ar durante seu processo de crescimento- e a conseqüente liberação de oxigênio neste processo.

O Protocolo de Kyoto deve ser ratificado depois que a Rússia anunciou, anteontem, que vai assinar o acordo (leia abaixo). “É uma grande oportunidade de negócio para o Brasil”, disse Rodrigues. Pela sistemática do protocolo, os países poluentes podem comprar créditos de carbono para compensar o excesso de CO2 que lançam na atmosfera. Esses créditos serão vendidos por países como Brasil, que têm na atividade agrícola uma grande produção de oxigênio liberado pela fotossíntese das culturas vegetais. O mercado calcula que o País poderá vender US$ 3 bilhões ao ano em créditos de carbono, mas o ministro prefere não arriscar um valor. “Precisamos definir com clareza quanto cada cultura pode representar em termos de ganho ambiental”, disse Rodrigues lembrando que não só a cana será beneficiada. “Até as pastagens poderão ser fornecedoras de créditos de carbono”, comenta.

Na região de Ribeirão Preto, várias usinas de açúcar e álcool já obtiveram de agências particulares certificados para emitir créditos de carbono, mas o ministro adianta que o governo brasileiro ainda irá disciplinar este comércio. “Alguém tem que certificar esse tipo de negócio; temos que ter uma legislação específica”, comentou Rodrigues.

O assunto já está sendo avaliado pelo governo no NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos), comandado pelo chefe da comunicação do governo, Luiz Gushiken. A estatal Embrapa também está envolvida no assunto. “Temos que definir quem negocia e quem certifica”, disse o ministro.

Para Rodrigues, a ratificação do Protocolo de Kyoto servirá para diminuir a “dor na consciência dos países ricos que são grandes emissores de co2”. “O Brasil, ao contrário, é grande emissor de oxigênio”. Mesmo antes de ser ratificado, o mercado de créditos de carbono já fechou alguns negócios simbólicos com preços entre US$ 5 e US$ 10 a tonelada de carbono. Rodrigues esteve em Ribeirão Preto ontem para inaugurar a nova sede do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola).

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