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Koblitz compra 75% da termelétrica Piratini

Especializada no fornecimento de sistemas interligados de energia, a Koblitz compra a participação da Companhia Geral de Distribuição de Energia (CGDe), de Portugal, na usina termelétrica Piratini, que correspondia a 75% do valor total da mesma. Com a aquisição, a Koblitz torna-se sócia majoritária e passa a deter 85% do controle do empreendimento, frente aos 10% que possuía até então, desde o início do acordo fechado em 2000. A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) continua com 10%, e os restantes 5%, com outros sócios.

Localizada no município de Piratini, no Rio Grande do Sul, a central termelétrica opera desde janeiro de 2002. É movida a biomassa e utiliza resíduos de madeira como combustível para geração de energia elétrica. Por ano, consome cerca de 142 mil toneladas de resíduos de madeira para produzir, em média, 71 mil MWh/ano. Os resíduos são provenientes das sobras da industrialização das árvores de reflorestadoras locais.

A potência da central instalada pela Koblitz é de 10 MW, energia suficiente para abastecer 35 mil residências ou 140 mil habitantes, durante um ano. A energia gerada na Piratini é vendida para a CEEE, sendo o contrato de comercialização válido por 15 anos. O investimento realizado na construção da usina foi de R$ 22 milhões.

Ganho ambiental – Segundo o presidente da Koblitz, Luiz Otávio Koblitz, a iniciativa trouxe um grande benefício ambiental para a cidade. “Quando chegamos aqui, em 1998, as sobras do corte da madeira eram consideradas lixo e entulhadas junto a barrancos. Quando chovia, a água levava substâncias tóxicas dos resíduos para os fluxos d´água e lençóis freáticos. Por outro lado, quando o entulho era queimado liberava-se o Monóxido de Carbono na atmosfera”. O empresário também destaca que durante o processo de transformação da madeira bruta nas serrarias, apenas ¼ da tora é aproveitada, o que significa que 75% passa a ser resíduo.

Novas aquisições – A Koblitz ainda está desenvolvendo outros projetos no Rio Grande do Sul para geração de energia através de fontes alternativas. Um deles é o da usina termelétrica Dom Pedrito, no qual a empresa adquiriu a participação da CGDe e também da CEEE. As obras da central, com potência para gerar 8 MW utilizando a casca de arroz como combustível, estão previstas para iniciar no segundo semestre deste ano.

Uma das vantagens do empreendimento é que durante o processo de geração de energia, a central ainda vai aproveitar a cinza obtida na queima da casca do arroz para produzir a sílica amorfa. Luiz Otávio Koblitz revela que serão fabricadas 14 mil toneladas/ ano da sílica, que deve ser vendida como aditivo ao cimento no concreto. A Koblitz ainda está iniciando o desenvolvimento de outro projeto no Rio Grande do Sul, na cidade de Camaquã, também para gerar energia com casca de arroz.

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