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Juros podem subir a 2% até dezembro

O Federal Reserve vai elevar sua taxa básica de juros para empréstimos do interbancário para 2% até o final do ano, a partir de um aumento de um quarto de ponto percentual a ser adotado no próximo dia 21, segundo 21 das 22 maiores corretoras mundiais de bônus.

Os preços do petróleo acima de US$ 40 o barril e a desaceleração da inflação são episódios temporários que não vão impedir o Fed de elevar a taxa básica a partir de seu atual patamar de 1,50%, disseram os economistas de todas as corretoras primárias dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Um mês atrás, oito empresas afirmaram que a autoridade monetária americana não elevaria sua taxa referencial na semana que vem.

O comunicado doFed de 10 de agosto, em que o órgão previa elevar as taxas de juros a um ritmo “comedido”, associado ao relatório do último dia 3 que mostrava uma aceleração do crescimento do nível de emprego em agosto, foi suficiente para levar o economista-sênior do Banc of America Securities, Peter Kretzmer, a prever uma alta para a semana que vem.

“A probabilidade de uma alteração subiu em agosto, quando o Fed deixou de alterar seu comunicado para dar-se espaço para permanecer em compasso de espera”, disse Kretzmer. “Se naquele momento tivéssemos mantido um desempenho fraco da economia e do nível de emprego, eles teriam de dizer alguma coisa”, acrescentou.

O presidente do Fed disse à Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos na semana passada que a economia está ganhando “impulso” depois de ter vivenciado “um bom período”. Já a presidente regional do Fed Susan Bies disse a 12 de setembro que, com relação às taxas de juros, “nosso movimento é sem dúvida ascendente, mas não há urgência”. Bies é membro votante da Comissão Federal do Mercado Aberto, equivalente ao Comitê de Política Monetária brasileiro.

“O Fed avalia corretamente a situação, de que as taxas estão artificialmente baixas”, disse James O’Sullivan, economista-sênior da UBS Securities LLC de Stamford, Estado norte-americano de Connecticut. “A economia está indo muito bem. Não está necessariamente em disparada, mas não necessita desse nível de baixa das taxas.” O’Sullivan prevê que a taxa básica se elevará para 2 % até o final do ano, e chegará em 4 % até o final de 2005.

Depois da semana que vem, as autoridades do Fed vão ter reuniões a 10 de novembro e 14 de dezembro para examinar a política monetária. Uma sondagem entre as corretoras primárias detectou a 9 de agosto que 17 previam que a taxa básica do Fed seria de 2 % ou mais até o final do ano. A pesquisa mais recente foi realizada nos últimos dias 9 e 10.

A diferença entre a taxa básica de juros do Fed e o rendimento da nota de dois anos do Tesouro dos Estados Unidos, o título do governo considerado o mais sensível a mudanças da política monetária, é de 0,98 ponto percentual, equivalente à média dos últimos 12 meses e superior à media de 0,43 ponto percentual dos últimos 10 anos.”Provavelmente o Fed vai fazer uma pausa em dezembro”, deixando as taxas a 2% no final do ano, disse ele.

O Fed disse a 20 de julho que a economia norte-americana terá crescimento de cerca de 4,75% por cento este ano, mais acelerado que a taxa anualizada de 2,8% computada no segundo trimestre e que o ritmo de 4,5% registrado no primeiro.

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