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Juntas, PwC e Datagro miram açúcar e etanol

A PricewaterhouseCoopers (PwC) anunciou ontem uma parceria global com a brasileira Datagro, a maior consultoria de açúcar e etanol do país. As duas vão atuar juntas em projetos de redução de custos nas usinas sucroalcooleiras dentro e fora do Brasil. O movimento da PwC reflete o peso que o agronegócio vem tomando na carteira de clientes das consultorias no país. A Ernst & Young Terco também estuda abrir um segundo escritório no interior de São Paulo para atender esse segmento.

A parceria com a Datagro vai ajudar a PwC a atingir a meta de triplicar o tamanho da área de agronegócio nos seus negócios no país até 2016, diz Ana Malvestio, sócia da PwC. Atualmente, esse setor responde por 7% a 8% dos negócios da empresa no Brasil. O acordo com a Datagro, até o momento está restrito a projetos de redução de custos nas usinas, pode ser ampliado com outros serviços. Mas a decisão ainda não foi tomada.

A escolha de focar em custos, diz Plínio Nastari, presidente da Datagro, deveu-se ao fato de que essa é a principal questão do segmento na atualidade. Desde 2002, diz ele, os gastos para se produzir açúcar e etanol subiram quase quatro vezes. “Enquanto isso, a gasolina, que compete com o etanol nos postos de combustíveis, não tem aumento nominal de preços desde setembro de 2005 e não há indicativos de que isso vá ocorrer no curto prazo”, justifica o executivo.

Atualmente, os projetos de redução de custos representam de 25% a 30% dos negócios da consultoria brasileira. Nastari prevê que nos próximos oito anos, essa área deve crescer de três a quatro vezes dentro da empresa, acima dos níveis de expansão esperados para toda a indústria sucroalcooleira, que é de dobrar em oito anos, diz o executivo.

A PWC, que tem entre seus clientes em cana grandes grupos como o francês LDC Bioenergia e ETH Bioenergia, da Odebrecht, vai agregar na parceria sua expertise em consultoria tributária e societária e em gestão de riscos. A Datagro agregará seu know how nas áreas agrícola e industrial do negócio de cana-de-açúcar, no qual atua há 33 anos com escritórios no Brasil e em Nova York e com clientes em 41 países.

Globalmente, as duas empresas enxergam oportunidades para prestar serviço juntas em empresas na América do Sul e na América Central. “Há um universo de produtores de açúcar que ainda não diversificaram para o etanol”, diz Nastari. Nesse contexto, as duas empresas também vislumbram mercado potencial na Índia, o segundo maior produtor mundial de açúcar.

Fora do Brasil, a PwC tem entre seus clientes a petroleira British Petroleum, que investe em bioenergia em todo mundo e que opera no Brasil com 83% de duas usinas sucroalcooleiras em Minas Gerais, adquiridas neste ano por US$ 680 milhões. Em sua carteira de agronegócios, a empresa ainda tem as americanas Cargill e Bunge, diz Ana Malvestio.

A estrutura de agronegócio da PwC existe pelo menos há 34 anos no Brasil com o estabelecimento de um escritório em Ribeirão Preto. Além de cana-de-açúcar, carro-chefe da área, a consultoria também atua nos segmento de soja, algodão e café – esse último tem como maior cliente a Coxupé, maior cooperativa de café do Brasil. “Hoje, a operação de agronegócio no Brasil é referência para outros escritórios da PwC no mundo”, diz a sócia da consultoria.

Com escritório em Campinas (SP), a Ernst & Young Terco estuda implantar outra unidade no interior de São Paulo com foco nos clientes de cana-de-açúcar, segmento que já é carro-chefe da empresa dentro de sua carteira de agronegócios, diz Renato Gennaro, sócio da consultoria para essa área. Ele conta que hoje 20% da equipe brasileira tem experiência em agronegócio. “Atendemos esse segmento em todos os serviços que prestamos, inclusive em auditoria. Somente em consultoria, prevemos que cresceremos 30% em agronegócio nos próximos anos”, diz Gennaro.

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