O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou para 06/04 o julgamento de caso milionário que envolve a Abengoa Bioenergia, companhia do grupo espanhol Abengoa controladora de duas usinas de cana-de-açúcar no interior paulista.
A assessoria de imprensa do STJ confirmou o adiamento, mas não informou o motivo do não julgamento da análise, que estava na pauta de ontem da Corte.
O caso envolve a disputa de US$ 150 milhões envolvendo a empresa espanhola Abengoa e a brasileira Dedini Agro.
A expectativa era de que o Tribunal julgasse na quarta-feira (16/03) sobre a homologação ou não da decisão de uma corte arbitral internacional, a qual determinou o pagamento desse valor à Abengoa Bioenergia. O caso envolve a compra, em 2007, de usinas de cana-de-açúcar da Dedini.
A Abengoa chegou ao setor sucroenergético brasileiro naquele ano ao adquirir o controle da Dedini Agro por R$ 1,3 bilhão e assumir R$ 730 milhões em dívidas. Foram compradas as unidades de processamento de cana localizadas em Pirassununga e São João da Boa Vista, ambas no interior paulista.
O conglomerado espanhol, entretanto, afirma que teve prejuízos por causa de números superestimados de moagem divulgados pela Dedini.
Pré-recuperação
No fim de 2015, a Abengoa entrou com pedido de pré-recuperação judicial na Espanha, dificultando as atividades de cana no Brasil. Muitos fornecedores ficaram sem receber, o que motivou a elaboração de um plano de reestruturação interna no começo de 2016 para poder renegociar dívidas com bancos e dar continuidade aos pagamentos a parceiros.
As duas usinas da Abengoa têm capacidade instalada para quase 7 milhões de toneladas de cana por temporada. No ciclo 2016/17, que começa em abril, a expectativa da companhia é de processamento em torno de 5,8 milhões de toneladas.