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John Deere aposta no setor canavieiro e inaugura fábrica no RS

A empresa John Deere está prestes a inaugurar sua terceira fábrica no Brasil, no município gaúcho de Montenegro (a 50 quilômetros de Porto Alegre). “Ela poderia ter ido para a Rússia, a China ou a Índia, mas o determinante para a escolha foi a cana-de-açúcar”, disse o gerente comercial da Unidade de Negócios Cana-de-Açúcar, José Luis Coelho, ontem, durante a Reunião Canaplan 2007, em Jaboticabal (interior de SP).

Moldada para construir 18 mil unidades, que somarão 40 mil na etapa final de implantação, a nova fábrica vai gerar 800 empregos diretos, que se juntarão aos 3 mil já existentes nas plantas de Horizontina (a 500 quilômetros de Porto Alegre), Catalão (sul de Goiás) e nas unidades administrativas da companhia.

A John Deere aposta no setor canavieiro, com a produção de máquinas que atendem suas especificidades. As plantadoras, dotadas de piloto automático, por exemplo, produzem entre 8% e 10% a mais na mesma área, segundo Coelho. “Não é um deleite high tech. É absoluta necessidade”, defende, emendando que a mecanização no plantio e na colheita redunda em grande economia de escala e aumento de rendimento operacional. O fato de a fabricação ser nacional facilita o acesso a financiamentos, conforme ressaltou.

Coelho calcula que 30% do mercado nacional de máquinas, atualmente, é “puxado” pela cana. No caso dos tratores, historicamente, as vendas seriam de 25 a 30 por ano, cinco deles para São Paulo. “Como houve queda grande no mercado de grãos e a cana está em boa fase, São Paulo deverá somar 40% do mercado de tratores. Isso significa que, a cada 100 vendidos, 40 vêm para cá e, desses, 18 para a cana. A empresa está de olho nisso”.

De acordo com ele, três anos atrás eram produzidas quase 200 máquinas no País. Em 2007, esse número ficou em 300. Neste ano, a expectativa é atingir 400 e, no próximo, 600 ou mais, com aumento gradativo posteriormente, acompanhando a evolução do setor, especialmente impulsionado pela demanda do álcool combustível.

Mão-de-obra é escassa

A John Deere possui 122 concessionárias no Brasil, que capacitam membros da cadeia produtiva. Coelho disse que a empresa tem uma preocupação neste momento: a falta de mão de obra. “Você não encontra e, quando encontra, precisa treinar, qualificar. Faz isso com dez e no final pode contar com dois ou três”, disse, durante palestra na Conaplan.

Num cálculo rápido, com base na previsão de produção nacional de 600 colheitadeiras de cana, quatro operadores para cada uma, acompanhados de dois tratores, com dois transbordos, além dos encarregados de campo, Coelho afirma que será necessário capacitar 8,5 mil novos profissionais, além de reciclar os que já estão atuando. “Esse é o nosso desafio, graças a Deus”, festeja.

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