Agricultura

Javaporco preocupa produtores de cana

Javaporco preocupa produtores de cana

O JornalCana está pesquisando o ataque de Javaporcos nas culturas canavieiras do país. Algumas regiões do Norte do Paraná, Sul do Mato Grosso do Sul e Oeste paulista, mais especificamente na região de Araçatuba, SP, são alvo desses animais ferozes que estão tirando o fôlego de muitos produtores. Áreas canavieiras da Novamérica Agrícola e a Usina Aralco, ambas no oeste paulista, registraram o problema. Até o momento também foi registrado em diversos pontos do país, ataque a pessoas.

Segundo Paulo Camargo, topógrafo da Aralco, há alguns anos havia um registro maior, mas agem como a capivara, em grupos. “Eles provocam grandes prejuízos nos canaviais. Agem em grupos e comem a cana de tal forma que estagna o seu crescimento, provocando a perda da área. Geralmente estragam de 20 a 30 ha de uma só vez, causando grande prejuízo”, lembra.

Os javaporcos, resultado do cruzamento de javali com porco doméstico, são um problema relativamente novo para os produtores rurais brasileiros. Na década de 90, javalis foram importados da Europa para a criação em cativeiro no Uruguai para a produção de uma carne exótica, porém vários animais fugiram, embrenharam-se nas matas e acabaram cruzando com porcos domésticos. Os primeiros ataques à lavouras foram observados no Rio Grande do Sul, mas nos últimos anos os animais chegaram há vários estados.

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Legislação

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) liberou este ano a caça controlada, mediante abate, da captura seguida de eliminação e da eliminação direta, incluindo uso de arma de fogo. Mas só quem tiver inscrição junto ao Ibama poderá caçar. O interessado deve previamente inscrever-se no CTF (Cadastro Técnico Federal), pelo www.ibama.gov.brQuem for caçar com armas deve protocolar a declaração na unidade do Ibama. Mas o uso de arma de fogo só poderá ser feito com autorização do Exército Brasileiro e quem for usar armadilhas deve protocolar pedido de autorização junto ao Ibama.

Segundo Lincoln Fernandes, do Ibama de Dourados, MS, a situação do javaporco saiu do controle e  causou muitos estragos no sul daquele estado. “Ele não tem predador natural. É uma praga nociva para o ser humano e para as culturas agrícolas. Sempre nos deparamos com esse animal em nossas vistorias de campo”, lembra.