A Jalles apresentou os resultados do terceiro trimestre da safra 2023/24 (3T24), revelando um lucro líquido de R$ 75,8 milhões, o representa uma queda substancial de 83,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro caixa foi de R$ 14,6 milhões, contra R$ 31,0 milhões no 3T23.
A receita líquida do 3T24 foi de R$ 495,9 milhões, 2,6% menor em relação aos R$ 509,3 milhões do 3T23. Segundo a companhia, essa redução decorre da menor comercialização e contratação do preço, especialmente do etanol, sendo parcialmente compensada pelo aumento da comercialização de açúcar no mesmo período.
No caso do etanol, a baixa no volume de comercialização foi de 26,5%, enquanto a comercialização de açúcar cresceu 28%, sendo que a receita do VHP triplicou no período. A receita com etanol hidratado (sem contabilizar a Usina Santa Vitória, adquirida recentemente) teve baixa de 45%, para R$ 49,9 milhões. A de anidro, teve queda de 23,9%, ficando em R$ 45 milhões, ambas pressionadas também pelos baixos preços.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado registrou avanço de 6,1%, para R$ 332,7 milhões.
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O capex de expansão foi 50% maior, nesta safra, devido as operações de biogás com a Albioma, conclusão de uma nova caldeira na UOL e investimentos para o mix de açúcar no decorrer da temporada e para fábrica de açúcar VHP da USV. No 3T24, a empresa registrou dívida líquida de R$ 1,4 bilhão.
O Ebitda ajustado somou R$ 68,8m milhões no 3T24, 34,4% a menos do que os R$ 104,9 milhões no 3T23, com margem de 13,9% e 20,6% respectivamente, uma queda d 6,7 p.p.
A receita de CBIOs cresceu 128,6% no comparativo com 2022/23 devido à estratégia de maior comercialização no 3T24, a qual chegou a 258,8 mil CBIOs, aliada à maior demanda por CBIOs no mercado com um ciclo otto com a gasolina estando mais presente do que a média histórica para o período da safra.
No consolidado, na safra 2023/24 a Jalles processou 7.350,1 mil toneladas de cana-de-açúcar, volume 8,4% acima no comparativo com a safra 2022/23 incluindo a Unidade Santa Vitória, de 6.783,1 mil toneladas. A produtividade média (TCH) da safra 2023/24 foi de 84,2 toneladas ante 77,8 toneladas por hectare no ciclo anterior, com ATR Total produzido de 1.048,1 mil toneladas, contra 986,2 mil toneladas na safra 2022/23.
Houve processamento de cana de terceiros no 2T24 e 3T24 dada uma oportunidade mercadológica de um parceiro próximo a Unidade USV.
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O mix de produção alcançou 37,5% de açúcar e 62,5% de etanol na safra 2023/24 comparado com 32,5% e 67,5% na safra anterior proforma, respectivamente. A comparação mostra avanço na produção de etanol devido a consolidação da USV que, atualmente, produz exclusivamente etanol hidratado.
Contudo, nas Unidades Jalles Machado e Otávio Lage houve incremento na produção de açúcar, a qual foi 22,5% maior no comparativo entre as safras.
Quando comparado com os números das Unidades Jalles Machado e Otávio Lage, o mix de produção foi de 67,5% e 55,9% na safra 2022/23, respectivamente.
A companhia anunciou investimento de R$ 10,0 milhões na UOL para ampliar a produção de açúcar, além do investimento anunciado de R$ 170,0 milhões para construção da fábrica da unidade USV. Combinada com a expansão de canavial nestas duas Unidades que, além de mix mais flexivel, terão produções maiores de açúcar para a safra 2024/25.
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Com isso, a Jalles registrou recorde na produção total de açúcar e etanol. A produção de açúcar alcançou 3754,5 toneladas na safra 2023/24 ante 305,6 toneladas no ciclo anterior. Já a produção de etanol passou de 393.1 m3 para 386,9 m3. Apesar da redução de 1,6% no comparativo ano a ano para a Jalles, foi uma safra recorde para a USV, com 16,8% de crescimento anual.
Seguindo a tendência dos últimos trimestres, a produção de saneantes (álcool gel, álcool 70° e outros) foi 15,7% menor entre o 3T24 e 3123 com produção de 242,2 mil caixas no 3724 ante 293,2 mil caixas no 323. Tal desempenho é explicado pela volta à normalidade do patamar de comercialização do mercado.
Os estoques de produtos acabados encerraram os 9M24 somando R$ 721,9 milhões, 120,2% acima do verificado no 9M23. Além do aumento monetário, houve crescimento do estoque de ATR (açúcar e etanol) em 156,8% ante ao montante do período anterior.