O preço da gasolina no Brasil está, em média, 15% menor que o praticado no mercado internacional. E este é um dos principais fatores de comprometimento da rentabilidade do setor de açúcar e etanol no país. A afirmação foi feita pela analista de Agronegócios do banco ItaúBBA, Giovana Araújo, durante o Ethanol Summit, em São Paulo (SP).
A política de preços administrados de combustíveis adotada é uma das críticas da indústria de etanol. Segundo os representantes do setor, a postura do governo federal em relação ao valor do combustível fóssil limita as oscilações de preços do biocombustível, competitivo se a relação de corresponder a até 70%.
Giovana avaliou ainda que o estabelecimento da paridade entre as cotações interna e externa da gasolina poderia ser adotada pelo governo federal como medida de curto prazo. Ela defendeu ainda aumento da Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, hoje em R$ 0,22 por litro.
Maiores preços de energia na cogeração e redução de ICMS sobre o etanol hidratado também poderiam melhorar a competitividade do etanol e a rentabilidade do setor. Conforme a analista, o custo de capital é quase duas vezes maior que o retorno dos investimento. “O problema do setor é retorno abaixo do custo de capital. está destruindo valor. O setor está encolhendo, sem ganho de produtividade e com preço estável”, afirmou.
(Fonte: Globo Rural)