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Italiana Bio-on terá fábrica de poliéster “verde” no Brasil

A italiana Bio-on, proprietária de uma tecnologia de produção de polímeros a partir de subprodutos do açúcar da beterraba ou da cana, firmou um acordo de licenciamento com a holding de participações Moore Capital para construir no Estado de São Paulo a primeira fábrica de poliéster “verde” do Brasil.

A unidade de produção de biopoliéster, obtido a partir do açúcar presente no bagaço da cana, deve começar a ser construída em até 18 meses, de acordo com Otávio Pacheco, sócio e fundador da Moore Capital, que vai liderar o investimento.

Em todo o mundo, há apenas mais um projeto já anunciado, na França, que utiliza a mesma tecnologia de produção de poliéster 100% biodegradável. No Brasil, a petroquímica nacional Braskem investiu US$ 290 milhões em uma unidade de produção de eteno a partir de etanol de cana, inaugurada em setembro de 2010, com capacidade para produzir anualmente 200 mil toneladas de polietileno verde. Com isso, a petroquímica tornou-se a primeira produtora do mundo de polietileno verde.

Com recursos levantados junto a administradores de fortunas familiares (chamados de “family offices”, em inglês) na Europa, Estados Unidos e Brasil, que já são sócios em outros projetos, a Moore Capital vai investir até € 80 milhões na fábrica e outros € 5 milhões para licenciamento da tecnologia desenvolvida pela companhia italiana.

“Vamos analisar o mercado nos próximos 12 meses. O cenário [macroeconômico] não está ajudando muito, mas o projeto vai sair do papel”, informou Pacheco ao Valor. O projeto na área de bioplásticos integra um portfólio de cerca de R$ 860 milhões em investimentos previstos para os próximos dez anos, dos quais US$ 40 milhões em energia renovável com desembolso em 12 meses.

Segundo Pacheco, a escolha de São Paulo para sediar a primeira fábrica – o acordo de licenciamento prevê a possibilidade de instalação de uma segunda unidade – leva em conta a oferta de matéria-prima no Estado e a presença relevante de potenciais clientes.

O poliéster “verde” pode ser usado na indústria de transformação, para obtenção de produtos plásticos utilizados em diferentes indústrias, como a automobilística, e pode substituir o polietileno e o polipropileno em determinadas aplicações.

Em comunicado, as empresas informaram que planejam erguer, inicialmente, uma unidade com capacidade instalada para 10 mil toneladas anuais de bioplástico. A fábrica poderá alcançar até 20 mil toneladas anuais conforme a demanda. “A instalação será a mais avançada na América do Sul para produção de biopolímeros”, afirmou a Bio-on. O investimento resultará na criação de 60 postos de trabalho.

A Moore Capital, fundada em 2006, conta com portfólio de investimento com foco em saúde, inovação, reflorestamento, crédito de carbono e energias renováveis. Entre as companhias que receberam investimento estão a reflorestadora Floresta e a Moore HC2O, da área de saúde.

A Bio-on, por sua vez, é dona da tecnologia de produção do Minerv PHA, um poliéster linear obtido a partir da fermentação bacteriana de açúcar, que pode ser usado na transformação para produtos plásticos por meio de injeção ou extrusão.

O presidente do conselho de administração da companhia italiana, Marco Astorri, destacou no comunicado que a fábrica de biopoliéster será a primeira do país. “Também vamos trabalhar no sentido de continuar a desenvolver o negócio de biopolímeros de alto desempenho produzidos no Brasil com tecnologia Bio-on na América do Sul”, informou o executivo.

Fonte: (Valor)

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