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Itália vai investir em biocombustível, diz Prodi

Depois dos Estados Unidos, agora é a vez da Itália mostrar interesse pelo etanol brasileiro. O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, disse que seu país quer acompanhar e investir no modelo de produção de biocombustível no Brasil. Ele disse que está especialmente interessado nesse tema, já que pelo menos 20% de toda a energia consumida pela União Européia deverá, até 2020, vir de fontes renováveis.

“Isso significa que teremos de alterar a estrutura industrial de nossos países”, disse Prodi, em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). E o intercâmbio com o Brasil será fundamental, já que, segundo o primeiro-ministro, a Itália está longe do acordo fechado entre os 27 países membros da União Européia que prevê a redução da emissão de CO2 em 20% até o ano de 2020. “Não temos condições físicas para sermos auto-suficientes nessa questão”, explicou Prodi.

A Itália pretende investir US$ 480 milhões na construção de quatro fábricas de biodiesel em terras brasileiras nos próximos quatro anos. Prodi disse estar animado também com o acordo que a Ente Nazionale Idrocarburi (ENI) deve firmar com a Petrobras para um projeto de cooperação na produção de etanol de cana-de-açúcar em países africanos. A idéia é fazer uma joint venture ítalo-brasileira para abastecer o mercado europeu. Moçambique seria o primeiro país a receber investimentos.

Prodi disse ainda que, junto com Índia e China, o Brasil é um parceiro prioritário para as relações comerciais de seu país. Ele acredita que acordos bilaterais de comércio e cooperação são importantes, mas ressaltou que um passo maior é necessário, referindo-se a negociações entre o Mercosul e a União Européia e à Rodada Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC). “Um acordo entre Mercosul e União Européia seria o melhor, mas isso depende também da integração da própria América Latina”, argumentou o italiano.

O primeiro-ministro disse que apesar de Itália e Brasil terem laços culturais muito fortes, o comércio entre os dois países deixa a desejar. “Precisamos reforçar nosso relacionamento e é por isso que queremos dar total apoio para empresas brasileiras que queiram investir na Itália e para os italianos que queiram vir ao Brasil”. O discurso é semelhante ao proferido em outubro do ano passado, em Roma, quando Prodi participou da abertura da missão empresarial Brasil-Itália comandada pela Fiesp.

Durante sua fala a empresários, Prodi elogiou o Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do governo federal. “É um sinal de desejo de modernização e de enorme vitalidade da economia brasileira. E uma estratégia de criação de valor”, avaliou. E acrescentou que o programa traz oportunidade para que mais empresas venham investir no Brasil. “Vocês são a porta de entrada da Europa na América Latina”, argumentou o ministro.

E o desejo italiano é ir além do investimento em biocombustível. Exemplo disso é o trem de alta velocidade ligando Brasília a Goiânia. No dia 17 de março, os governadores Joaquim Roriz (DF) e Marconi Perillo (GO), e o embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise, assinaram um termo de cooperação para que a estatal Ferrovias Italianas (Italferr) faça o estudo que definirá os parâmetros técnicos do projeto do trem. O estudo apontará o modelo de financiamento dos investimentos, as especificações técnicas e as análises dos impactos ambientais do projeto.

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