IPT desenvolve estocagem subterrânea para gás natural
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas desenvolve um projeto para viabilizar a estocagem subterrânea do gás natural em São Paulo. Em parceria com a Petrobras no Programa Tecnológico de Novas Fronteiras Exploratórias (Profex), a entidade trabalha há três anos nos estudos geológicos e de pré-viabilidade econômica.
A primeira etapa da pesquisa, patrocinada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), deverá estar concluída no primeiro semestre deste ano. As etapas seguintes deverão privilegiar estudos ambientais, como os de impacto ambiental, desenvolvimento de legislação específica, tipo de monitoramento dos depósitos e equipamentos.
Segundo o IPT, a estocagem será importante para garantir a continuidade do serviço mesmo em períodos de manutenção. Segundo o pesquisador Wilson Iyomasa, chefe do Agrupamento de Geologia Aplicada a Obras do IPT e coordenador do projeto no Instituto, embora relativamente próximas, as jazidas de Santos encontram-se 140 quilômetros mar adentro, o que torna indispensável disponibilizar o produto perto dos grandes centros consumidores.
Para desenvolver a estrutura, um estudo procura estruturas geológicas favoráveis à estocagem, similares àquelas que armazenam naturalmente gás e petróleo. A única diferença é a existência de água na camada arenosa do reservatório, o que é fundamental para manter o gás aprisionado. Ao ser injetado, o gás expulsa um pouco do líquido e fica depositado sob pressão naquela estrutura, formando imensos depósitos subterrâneos.
Na Europa e Estados Unidos, a estocagem do gás é feita nos períodos de menor consumo, como no verão, e retira-se o gás no inverno rigoroso para aquecimento das casas. Já no Brasil, a armazenagem do gás no depósito subterrâneo pode ser feita durante os finais de semana, sendo retirado para uso, como na geração de energia elétrica e abastecimento da cidade, durante a semana.
