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Ipen desenvolve técnica que aumenta durabilidade e desempenho das células de combustível

Os estudos foram desenvolvidos no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) na Unicamp

Ipen desenvolve técnica que aumenta durabilidade e desempenho das células de combustível

Estudos desenvolvidos no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pelos cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e colaboradores de instituições da Europa desenvolveram uma nova estratégia para aprimorar as células a combustível de óxidos sólidos, aumentando sua durabilidade e desempenho.

Conhecidos pela sigla em inglês “SOFC”, de solid oxide fuel cell, esses dispositivos são capazes de gerar eletricidade a partir de hidrogênio ou de outros combustíveis com nula ou baixa emissão de carbono.

De acordo com Fabio Fonseca, pesquisador do Ipen e um dos autores principais do trabalho, “esta pesquisa dá mais um passo na direção da comercialização das SOFCs“.

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Segundo os autores, as SOFCs podem se tornar cada vez mais relevantes no contexto da transição energética. A tecnologia já é usada, por exemplo, no carro elétrico a etanol, cujo protótipo foi lançado pela Nissan em 2016, e pode se tornar cada vez mais solicitada pela necessidade de reduzir as emissões de carbono.

Apesar de sua alta eficiência na conversão da energia química do hidrogênio em energia elétrica, as SOFCs ainda apresentam algumas limitações, principalmente em relação à estabilidade, que depende em grande parte de fenômenos que ocorrem nas interfaces entre as camadas.

Para resolver o problema, os autores do trabalho, reportado no Journal of Materials Chemistry A, desenvolveram cuidadosamente uma nova camada capaz de gerar no cátodo as reações eletroquímicas necessárias e, ao mesmo tempo, impedir trocas indesejadas com o eletrólito.

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Formada por dois filmes de materiais óxidos, de 200 nanômetros de espessura cada, a camada foi adicionada durante a montagem da célula a combustível usando a técnica de laser pulsado. “Essa técnica avançada é possivelmente a que permite um controle mais eficaz da construção de camadas de óxidos complexos“, diz Fonseca. “Com ela fizemos uma obra de engenharia de materiais, na qual conseguimos controlar com precisão o arranjo dos átomos nos filmes”, completa.

A introdução da nova camada na SOFC resultou em um aumento da densidade de potência de 35% com relação às células desse tipo encontradas na literatura científica. “O aumento de potência faz com que possamos atingir um determinado desempenho para a mesma área da célula. Portanto, conseguimos diminuir as dimensões da célula a combustível e diminuir o consumo de combustível, o hidrogênio, obtendo a mesma corrente elétrica“, explica o pesquisador.