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IPCA sobe para 0,87%, o mais alto desde julho de 2004

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saltou de 0,61% em março para 0,87% em abril – maior taxa desde julho de 2004 (0,91%). Apenas nos primeiros quatro meses do ano, a inflação já acumula 2,68% – mais da metade da meta oficial para o ano (5,1%). O resultado do IPCA reforça a aposta em nova alta da taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem. “A inflação em abril se espalhou, por causa das tarifas administradas e dos alimentos, que tiveram pressão muito forte, vinda de problemas climáticos, como a estiagem”, disse a gerente de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. As tarifas causaram impacto de 0,44 ponto porcentual, metade do IPCA do mês, com destaque para ônibus urbano, remédios e energia elétrica.

Nos últimos 12 meses, até abril, o IPCA soma 8,07%.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) vai rever a previsão de IPCA para o ano, de 5,4%,para mais de 6%, no próximo boletim trimestral de conjuntura. O Ipea previa que a inflação cederia no início do segundo trimestre. Pesquisa do Banco Central (BC) desta semana mostra que a previsão das instituições de mercado para inflação em 2005 já está em 6,3%. O departamento de macroeconomia do Unibanco projeta IPCA no ano em 6,4%.

O núcleo da inflação – que reduz o efeito das oscilações bruscas e mostra melhor a tendência dos preços – calculado pelo Ipea pulou de 0,57% em março para 0,76% em abril. “Os núcleos continuam muitos altos”, afirmou a economista Maria Andréia Parente. A média dos núcleos calculados pelo Departamento de Macroeconomia do Unibanco também passou de 0,41% para 0,72% nos dois últimos meses.

Na avaliação dos economistas do Unibanco e da GRC Visão, a Selic vai aumentar 0,25 ponto porcentual. Maurício Oreng, do Unibanco, reconhece que a pressão não decorre de “superaquecimento da demanda interna”, mas acha que o BC vai olhar para os núcleos.

Segundo Eulina, o câmbio continua “contribuindo para conter os preços”, mas “o efeito do dólar (mais fraco) ficou mascarado em razão dos sérios problemas na agricultura este ano”. Ela explica que tanto a estiagem quanto as chuvas em excesso quebraram as safras e elevaram os preços de produtos, que subiram 0,81% em abril. Colaboraram: Francisco Carlos de Assis e Luciana Xavier

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