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Investimentos em 89 novas usinas somam US$ 10 bi

A expansão do consumo de derivados de cana-de-açúcar deverá se intensificar nos próximos dez anos em todo o Brasil, impulsionada não só pela comercialização de veículos do tipo flex fuel, como também pelas oportunidades criadas pela abertura do mercado europeu para o açúcar brasileiro, prevista para 2010. Diante disso, um total de 89 novas usinas encontra-se em fase de instalação no Brasil, envolvendo investimentos da ordem de US$ 10 bilhões, segundo estimativas da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica).

Para suprir a demanda projetada, a área plantada do País deverá ser ampliada, principalmente em São Paulo e nas regiões Norte e Nordeste. Tal fenômeno, segundo a Feraesp, deverá intensificar o êxodo de desempregados, bóias-frias e sem-terras para regiões como o Centro-Oeste Paulista.

Atualmente, estão disponíveis para cultivo perto de 100 milhões de hectares, dos quais 5,4 milhões ocupados pela cana e 18,9 milhões pela soja. Segundo cálculos de consultorias do setor, a demanda por álcool brasileiro deverá chegar, em 2012, a 8 bilhões de litros, quatro vezes mais do que as exportações em 2005.

O diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, estima que a redução em 36% dos subsídios agrícolas – programada para 2010 pela União Européia (UE) – deverá contribuir para um aumento de 10 milhões de toneladas nas exportações brasileiras de açúcar, hoje de 17 milhões de toneladas. Além disso, Rodrigues lembra que o aumento das exigências ambientais e a alta do preço do petróleo no mercado internacional também contribuirão para não só manter os preços do produto em alta, como também para ampliar a demanda pelo álcool.

Por isso, das 89 usinas previstas para os próximos anos em todo o Brasil, 19 começarão a operar ainda este ano, enquanto outras 25 deverão moer as primeiras toneladas de cana até 2007. Entre os anos de 2008 e 2010, acrescenta o executivo, mais 45 novas usinas iniciarão as operações.

A expansão já deu início a um adiantado processo de especulação de terras no interior do Estado de São Paulo. Envolve não só o arrendamento de fazendas para a expansão dos canaviais, mas também a procura de novas áreas para a instalação das usinas.

Tal processo, segundo o diretor da Unica, tem atraído empresários nacionais e estrangeiros dispostos a ampliar a produção ou diversificar negócios.

Embora não arrisque um palpite preciso, Antonio Rodrigues projeta um aumento da presença internacional no setor sucro-alcooleiro do Brasil, hoje limitada a uma participação de cerca de 5%.

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