Investidores estrangeiros focam no Ceará

A meta de acabar, até agosto de 2014, com todos os lixões, prevista na Lei nº 12.305, e a geração de energia de biomassa atrai investidores alemães, portugueses e japoneses que devem começar a implantar vários projetos nessa área no Ceará a partir do próximo ano.

As empresas J.Esio Engenharia e New Tech Energy’s, que juntamente com a Universidade de Brandenburgo (BTU), desenvolveram tecnologias próprias e inovadoras para o processamento dos resíduos sólidos urbanos e geração de energia, iniciam a construção de duas usinas em janeiro de 2012. Cada um dos projetos vai gerar 5 MWh.

O presidente das companhias, Ésio dos Santos, informa que uma das termelétricas será implantada pelo consórcio de Limoeiro do Norte. O investimento é de R$ 55 milhões. A usina vai processar 300 toneladas (t) de lixo por dia e a energia térmica convertida em energia elétrica vai atender o Distrito Industrial de Limoeiro que está sendo implantado. Se houver excedente será utilizado em unidades municipais. Explica que existe um protocolo de intenções assinado e as obras devem ser iniciadas em janeiro de próximo ano.

Nesta mesma data também deve começar a construção da termelétrica de biomassa aproveitando a casca da castanha de caju (ccc) em Pacajus. O investimento de R$ 20 milhões é de uma empresa alemã, cujo nome ainda não pode ser divulgado, da New Tech Energy’s e do Grupo Jandaia. Parte da energia gerada vai atender a indústria de sucos localizada no Município e o restante vai para o sistema interligado de distribuição de energia elétrica.

O empresário português Miguel Macedo estuda a construção de usinas em alguns dos cerca de 20 municípios cearenses onde a empresa desenvolverá projetos nas áreas de saneamento e tratamento integrado de resíduos sólidos. Ele abriu em Fortaleza a ETA Braz, uma filial da ECOFMEQ que atua na Europa e África. Conta que a empresa trabalha desde a coleta e tratamento dos diversos tipos de lixo até o fim dos depósitos de lixo a céu aberto que não dispõem de sistemas de proteção ambiental.

Destaca que o Instituto de Desenvolvimento de Consórcios (IDC) criou as condições para permitir, através da união de grupos de municípios em consórcios, um sistema integrado de resíduos sólidos. O objetivo é cumprir a meta de acabar com os lixões até 2014. Macedo informa que o investimento gira em torno de R$ 75 milhões por termelétrica, englobando todo o tratamento do lixo.

O presidente da Autoterm, Roberto Campos, falou sobre a tecnologia que permite o aproveitamento da poda de cajueiro e casca de castanha de caju. Ressaltou que produtores rurais e industriais da cajucultura perdem milhões de reais todos os anos, por não aproveitar os resíduos sólidos dessa atividade.