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Investidor estrangeiro quer macroeconomia sustentável

“Para que o mercado seja favorável ao investimento é preciso que a política econômica seja equilibrada, uma vez que o investidor estrangeiro está observando o quão sustentável é o ambiente macro-econômico”, afirmou Luiz Otávio Laydner – Gestor de investimentos de longo prazo do Banco Pactual, durante o painel Fatores Propulsores para Investimentos Estrangeiros e Players Interessados, na InfoCana 2004, em 11 de agosto.

Ao abordar os motivos favoráveis e contrários aos investimentos estrangeiros no Brasil, Luiz Otávio Laydner citou a importância da logística no setor, e de exemplos nacionais que têm servido de modelo para outros setores, como a Vale do Rio Doce, cuja visão não é somente transportar minério mas ser uma empresa de logística. Hoje a Vale tem um caixa que lhe permite fazer qualquer o investimento que quiser, acredita Laydner.

Laydner ainda afirma que o Brasil vive um bom momento no agronegócio como um todo, onde existe pouca interferência governamental, e os interesses dos players podem se fundamentar em longo ou curto prazo.

“Interesse impressionante”

Alexis Duval do grupo francês Tereos, deu seqüência ao painel, retratando os investimentos estrangeiros no setor. O Grupo Tereos, de origem francesa, é proprietário das usinas Guarani Cruz Alta, em Olímpia e Severínia, em Severínia, ambas no Estado de São Paulo.

“Os interesses estrangeiros no Brasil são impressionantes”, reconhece Aléxis Duval. “A redução do risco do investimento no Brasil tornou o setor atraente para os investidores internacionais”. Mas o interesse também aumentou sobretudo por causa das vantagens de produção do açúcar da cana em relação ao beterraba”, afirmou Duval.

Distribuição de renda desigual é fator inibidor, diz Júlio Borges

Júlio Maria Martins Borges, diretor da JOB Economia e Planejamento, encerrou o painel, apontando dificuldades que costumam surgir nos processos de fusões ou incorporações de grupos nacionais e internacionais no setor.

“A desigualdade na distribuição da renda no Brasil é assustadora e isso é um fator inibidor dos investimentos no Brasil”, disse o consultor. Borges entende que os aspectos institucionais, micro econômicos e sociais, como impunidade, reforma do judiciário, lei de responsabilidade fiscal, reformas tributária e da Previdência são fatores que precisam ser revistos imediatamente, para que o setor canavieiro passe a ter maior liquidez e oportunidades de compra e de venda, seja nos mercados interno ou externo”.

“Apenas os próprios produtores brasileiros podem destruir e tirar o Brasil da boa fase em que está”, finalizou.

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