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Interior paulista respeita qualificação

O Interior, que em seis dos dez Estados mais populosos do país tem superado as regiões metropolitanas na geração de empregos, tem algumas características próprias que refletem diretamente no mercado de trabalho.

No Estado de São Paulo, uma das características mais marcantes é a qualificação profissional, segundo o headhunter Rodrigo Forte, diretor da Michael Page Internacional, unidade de Campinas – empresa que tem como foco encontrar no mercado profissionais de média e alta gerência para grandes organizações.

Com experiência na área e há um ano e meio entrevistando profissionais do Interior, Rodrigo dá dicas para quem busca uma colocação.

“O que nos chamou mais atenção em relação aos profissionais do Interior, não generalizando, é que estes estão muito menos preocupados com a manutenção da posição na empresa onde trabalham e com seu crescimento do que os profissionais da Capital, que buscam um desenvolvimento maior e mais constante da carreira”, afirma o especialista.

Ele aponta também que, enquanto no Interior busca-se permanecer mais tempo na mesma empresa, sem demonstrar ambição pelo crescimento profissional, os profissionais da Capital procuram evoluir sempre, fazendo cursos de especialização, MBA e outros. Se a empresa onde estão trabalhando não oferecer perspectivas de futuro para a carreira, não têm dúvida: procuram outra que ofereça.

Dinâmica

Rodrigo aponta que a dinâmica no Interior está mudando rapidamente e tanto as empresas que estão migrando para as cidades fora da Capital como as familiares existentes – uma característica forte, principalmente às ligadas ao agronegócio – estão em fase de grande profissionalização e investimento tecnológico, por isso necessitam de profissionais mais qualificados.

“O número de vagas tem crescido bastante em alguns setores, mas, de forma geral, os profissionais disponíveis no mercado não estão preparados para preencher as vagas existentes”, afirma.

Agronegócios expande no Estado

Entre os setores que estão em alta no interior do Estado de São Paulo e devem continuar a gerar empregos em neste ano, Rodrigo Forte destaca o agronegócio em geral, bens de capitais e o setor automotivo.

“Está havendo uma expansão muito grande no mercado de açúcar e álcool no Interior, o que tem demandado a contratação de muitos profissionais, principalmente no campo da engenharia. Ainda é uma mão-de-obra escassa, pois o mercado não preparou a quantidade necessária de profissionais, com qualificação exigida”, afirma.

O mesmo acontece no segmento de bens de capitais – responsável pelo fornecimento dos equipamentos para a construção de usinas de álcool ou a revitalização das antigas – impulsionado pelos investimentos em infraestrutura. “É um segmento que ficou parado durante anos no Brasil e os profissionais foram envelhecendo. Com o ‘boom’ no segmento, os novos talentos ainda não suprem a demanda”, explica.

O setor automotivo, impulsionado pelo aquecimento da economia e maior oferta de crédito, já fechou 2007 em alta e, segundo Rodrigo, tem tudo para se manter em 2008.

Idiomas e MBA são indispensáveis para gerência

Qualificação profissional é requisito básico para conquistar uma vaga no mercado e também garantir a manutenção do emprego. De acordo com a psicóloga Renata Picolo, coordenadora de seleção da Plena Recursos Humanos de Jundiaí, as empresas têm buscado muito mais do que as competências técnicas e formação na área solicitada.

“Tudo depende do nível da vaga, mas, de forma geral, as empresas buscam uma totalidade que inclui, além das habilidades técnicas, também as comportamentais. O profissional precisa ser dinâmico, pró-ativo, criativo, saber trabalhar em equipe, ser flexível e, acima de tudo, persistentes”, enfatiza Renata.

Primeira linha

Para profissionais que objetivam chegar a um cargo de alta gerência, Rodrigo Forte sugere que busquem fazer MBA e pós-graduação em administração de empresas para que tenham uma visão mais ampla de negócio. Além disso, é indispensável o inglês e o espanhol porque a maioria das grandes empresas tem operações com a América Latina.

“É importante que os profissionais vejam o investimento em idiomas como tão necessário quanto uma pós-graduação, pois é inglês fluente é exigido em 95% dos cargos”, afirma o headhunter.

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