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Interesse pelo etanol abre um novo nicho

Com a vinda ao Brasil do presidente americano, George Bush, o etanol brasileiro entrou definitivamente na agenda das principais economias do mundo. Nos próximos seis anos, em média, uma nova usina de açúcar e álcool deve ser erguida no Brasil a cada mês. Na safra de 2013, o país teria 409 empreendimentos desse tipo – 73 a mais do que existem hoje. Os números, que envolvem investimentos de US$ 15 bilhões no período, foram contabilizados pela União da Indústria de Cana de Açúcar (Única).

Não bastasse esse cenário, investidores estrangeiros dão os primeiros passos no mercado brasileiro, pensando em utilizar as usinas como plataforma de exportação.

Esses números despertam a atenção do mercado segurador, interessado cada vez mais em explorar esse nicho de oportunidades. “O setor de açúcar e álcool começa a viver uma nova era, com novas perspectivas, novos investimentos, com, por exemplo, necessidade de novos equipamentos e que estejam em ótimo estado de manutenção. Isso tem efeito direto no seguro”, diz o diretor-gerente comercial da Bradesco Auto/RE Corporativos, Luiz Carlos Nabuco. Assegurar maior presença externa a partir de maior competitividade será a palavra-chave para as usinas obterem melhores resultados. “Vemos que esse é um nicho novo sendo aberto, com muitas oportunidades. Vamos buscar crescer nele e nos especializar”, afirma.

Além de produzir açúcar e álcool, as usinas também podem gerar energia a partir do bagaço da cana. Para isso, muitas teriam de trocar suas caldeiras por equipamentos mais eficientes. Na Única, calcula-se que o potencial das usinas esteja próximo de 12 mil MW – capacidade semelhante à da usina de Itaipu. “Existem muitas oportunidades dentro do negócio, ao mesmo tempo, começam a surgir novos grupos e consolidações. Nesse contexto, é prematuro falar em expectativas”, afirma Nabuco.

O setor sucroalcooleiro começa agora a passar por grandes transformações societárias e de modelo de gestão. Abrir capital ainda é um sonho para a maioria das empresas, comandadas por famílias. “O segmento ainda passará por reformulações de gestão, o que fará com que a gestão de riscos nas usinas seja mais utilizada, tornando o seguro uma palavra cada vez mais presente no vocabulário dos executivos”, diz uma fonte do ramo de seguros.

O quanto esse mercado pode render para o mercado segurador é ainda uma incógnita. “Não é apenas o álcool que terá impacto sobre o setor de seguros, mas também o biodiesel, que deve ter um forte fluxo de investimentos”, diz o diretor da Áurea Seguradora de Créditos e Garantias, Carlos Frederico Ferreira.

Mais de dez plantas de biodiesel devem ser erguidas no Brasil nos próximos dois anos, tendo os olhos abertos para o mercado europeu, que deve importar cerca de 25% de biodiesel na metade da próxima década para reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Nesse contexto, seguro garantidor de fornecimento de equipamentos, performance, execução da planta poderão ter grande procura, ainda mais porque contribuem com melhores condições de financiamento do empreendimento.

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