Mercado

Influência do setor sucroalcooleiro

O comportamento das horas dedicadas à produção foi influenciado por um aumento de 36,6% em outubro e de 38,7% no acumulado deste ano no setor alcooleiro, que adotou mudanças em seu regime de contratação na safra recém-colhida. Em outubro, sempre em relação ao mesmo mês do ano passado, as indústrias de minerais não metálicos (-2,28%), alimentos (-6,86%) e o segmento outros (-17,25%) reduziram as horas trabalhadas.

No acumulado do ano, parecem ter ganho em produtividade as indústrias de mineração, que reduziram o emprego em 1,05% mas conseguiram ampliar as horas trabalhadas na produção em 4,68%, minerais não metálicos (corte de 17,68% na folha e redução de 7,6% no total de horas trabalhadas), alimentos (mais 0,25% no emprego e avanço de 1,24% no total de horas) e o segmento outros.

A discrepância entre o índice de variação das horas dedicadas à produção e a taxa de crescimento das receitas seria um indício, ainda, de que a indústria teria aproveitado este ano para desovar estoques, reduzindo custos. O presidente da Fieg apontou ainda uma tendência de recuperação da massa de salários pagos pelo setor, num reflexo, supostamente, da melhor remuneração assegurada a empregados mais qualificados, `O treinamento e capacitação da mão-de-obra têm sido perseguidos como uma obsessão pela indústria`, comentou Ferreira.

A massa de salários aumentou 15,71% em relação a outubro do ano passado, embora tenha encolhido 2,07% frente a setembro deste ano. No acumulado dos primeiros 10 meses de 2002, a Fieg observou um incremento de 8,36%, explicado quase exclusivamente por um salto de 241,9% na indústria alcooleira. O aumento, no entanto, é enganoso, já que se verificou apenas o efeito da transferência de grande parte dessa massa de salários de terceiros setores para a indústria de açúcar e álcool. (Gazeta Mercantil)

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