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Inflação desacelera para 0,45% em fevereiro

Os alimentos subiram pouco em fevereiro, enquanto os gastos com transportes caíram. Como resultado, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,45%, apesar do aumento nas mensalidades escolares, típicos dessa época do ano.

No acumulado de 12 meses, a inflação de 5,85% resultou na menor taxa desde novembro de 2010. A trajetória de queda nesse indicador aumenta a expectativa de analistas por um novo corte de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 17 e 18 de abril.

“O resultado do IPCA certamente dá um gás para cortar mais os juros, em pelo menos mais 0,75 ponto porcentual”, previu a economista Monica de Bolle, sócia da Galanto Consultoria e diretora da Casa das Garças.

“O quadro inflacionário ´permite´ esse artífice, porque a inflação em 12 meses está caindo. Mas (o IPCA) está acima da meta, não vai para 4,5% no ano.”

O resultado mostra que a inflação em 2012 tem um perfil diferente da registrada em 2011, de acordo com Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. Os alimentos, vilões no ano passado, estão ajudando a conter a taxa este ano. “Nos primeiros meses de 2011, houve uma pressão muito forte dos produtos alimentícios, que estavam ficando muito caros. Isso fez as taxas dos sete primeiros meses girarem em torno de 0,80%. Neste ano, pelo contrário, os alimentos estão contribuindo para conter a taxa, juntamente com o grupo Transportes”, disse.

A queda de 1,99% no preço das carnes foi destaque. “O câmbio fez com que as exportações de carne se reduzissem. Com isso, houve maior oferta no mercado interno e os preços caíram.”

O tomate, açúcar refinado, macarrão, açúcar cristal, batata inglesa, queijo e cerveja também ficaram mais baratos. Como resultado, os preços de alimentos consumidos no domicílio caíram 0,03% em fevereiro, enquanto a alimentação fora de casa, que pressionou em 2011, reduziu a alta para 0,59%.

Nas despesas com transportes, houve até deflação (-0,33%) , graças às passagens aéreas (-8,84%) e aos combustíveis (-0,83%). A gasolina ficou 0,40% mais barata, em função da queda de 2,87% nos preços do etanol.

O que pesou mais no bolso do consumidor foram os gastos com educação (5,62%). Em 2012, os cursos regulares já aumentaram 7,31%, e os cursos diversos subiram 7,09%. “Nos dois últimos anos, o reajuste nas escolas ficou acima da inflação, o que provavelmente advém da renda das pessoas. O aumento da renda provoca um aumento dos serviços em geral”, disse Eulina.

No entanto, o mercado de trabalho menos dinâmico deve proporcionar estabilidade na renda do trabalhador este ano, o que dará menos munição para novos aumentos, sobretudo no setor de serviços, disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Guilherme Perfeito.

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