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Infinity Bio-Energy acerta investimentos no Panamá

A visita de uma delegação do Panamá ao Brasil para o intercâmbio de experiências na área de etanol já surtiu o primeiro resultado: a compra de participação em uma usina de açúcar panamenha pela Infinity Bio-Energy.

A empresa, que tem se destacado pela voracidade de suas aquisições no setor sucroalcooleiro brasileiro, assinou na sexta-feira um memorando de entendimento com a Central Azucarero de Alanje (Cadasa), uma das maiores usinas panamenhas, para produção de etanol e construção de uma desidratadora no país. Sua participação na Cadasa será anunciada nesta semana, com a divulgação oficial do negócio.

Será a primeira base de produção da Infinity fora do Brasil. Em breve, haverá outra. O CEO da empresa, Sérgio Thompson-Flores, afirmou ao Valor que em 60 dias deverá anunciar a aquisição de uma segunda base na América Central ou no Caribe. Três países estão sendo estudados.

“É uma região geográfica interessante que permite acesso tanto aos EUA quanto à Ásia”, disse Thompson-Flores. “No caso do Panamá, a nossa entrada é muito boa porque o governo está mobilizado para a criação de uma política de substituição de combustível”.

Tradicional produtor da açúcar, o Panamá pretende entrar no mercado global de álcool. Para isso, o país estuda a substituição de 10% do petróleo por álcool.

A parceria com a Cadasa, localizada na Província de Chiriqui, prevê investimentos da ordem de US$ 80 milhões para a implementação da unidade de desidratação. A expectativa para produção de álcool é de 150 milhões de litros por ano, segundo o CEO.

A usina panamenha conta com 10 mil hectares de área plantada com cana. Segundo a Infinity, seriam necessários mais 25 mil hectares para elevar a moagem para 1,5 milhão de toneladas de cana.

A produção será voltada para o consumo doméstico e para o exterior, sobretudo os EUA, que mantêm acordo preferencial com alguns países do Caribe. “O Panamá complementa a produção no Brasil”, diz o CEO. Além de produzir in loco, a usina importaria álcool brasileiro hidratado (utilizado direto no tanque) para transformá-lo em anidro (que pode ser misturado na gasolina).

Com ações negociadas em Londres, a Infinity Bio-Energy chegou no Brasil em 2006 com a aquisição da usina Alcana, em Nanuque (MG). Meses depois, fez outras duas aquisições – a Usinavi (ex-Coopernavi), em Naviraí (MS), da qual detém 91% de participação, e a Cridasa, em Pedro Canário (ES), com controle de 51%. Além disso, a Infinity fechou uma joint venture com o grupo Disa para a criação de complexo industrial no Espírito Santo.

As três unidades deverão expandir em 40% a moagem na safra 2007/08, passando dos atuais 3,5 milhões de toneladas de cana para 4,1 milhões de toneladas.

O grupo tem US$ 800 milhões disponíveis para investimentos no setor sucroalcooleiro brasileiro, dos quais US$ 300 milhões já foram realizados. Os planos de expansão incluem os Estados do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia.

Até a safra 2012/13, a Infinity deverá possuir um parque instalado composto por nove usinas, permitindo que a empresa alcance uma produção de 20,7 milhões de toneladas de cana.

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