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Infestação da broca da cana já preocupa especialistas

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Crédito: Universidade Federal Goiás

A broca da cana vem aumentando há alguns anos em decorrência da colheita mecanizada de cana crua com resultados de “populações” ou infestações altas em algumas regiões. A afirmação é de Leila Luci Dinardo-Miranda, pesquisadora do Centro de Cana do IAC. “Essa praga voltou com populações altas por diversos motivos. A descapitalização do setor contribuiu para a falta de um controle bem feito, além disso, hoje há variedades mais suscetíveis, sem contar a colheita de cana crua que também contribuiu”.

Segundo ela, na região de Ribeirão Preto a broca tomou grande importância além de estados como Goiás, Mato Grosso em várias intensidades de infestação final, ou seja em regiões mais quentes. “Há usinas que a intensidade varia acima de 3% a até mais de 10% e deveria ser mantida abaixo de 1% da área. Dependendo da situação o controle biológico pode ser priorizado, mas em alguns casos é importante entrar com controle químico”, reforça.

O engenheiro agronômo, Joelmir Silva, especialista em pragas da cana, explica que as lagartas da broca causam prejuízo direto pela abertura de furos levando a perda de peso da cana e provoca a morte das gemas, causando falhas na germinação. “Quando a broca faz galerias circulares, corta o colmo provocando o tombamento da cana pelo vento e nas canas novas surge o secamento dos ponteiros conhecido como “coração morto””, lembra.

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Sintoma do “coração morto” provocado pela broca

De acordo com especialistas da empresa Bug, os danos indiretos são muito importantes pois criam condições para entrada de microrganismos, como fungos e bactérias que vão prejudicar o processo de produção de açúcar e álcool. “Na produção de açúcar, os fungos causam a inversão da sacarose em outros açucares que não vão cristalizar, e na produção de álcool, as bactérias vão competir com as leveduras que fazem a fermentação alcoólica, diminuindo o volume de álcool produzido. As perdas podem chegar a 35 Kg de açúcar/ha, e 30 litros de álcool/ha, com apenas 1% de colmos broqueados”, explicam os técnicos.

Joelmir Silva enfatiza ainda que para monitorar a população da praga com objetivo da aplicação de inseticida, leva-se em conta dentre outros parâmetros a idade do canavial (canas com entrenós formados e com cerca de 1,5 metros de altura). “Para levantamento dos melhores locais para o controle químico, os canaviais prioritários a serem amostrados são de primeiro e segundo cortes e áreas de vinhaça sujeitas a elevadas infestações da praga. Uma outra metodologia explica que o trabalho deve consistir no exame de 10 canas/hectare, escolhidas ao acaso, a partir do mês de agosto/setembro e repetidos quinzenalmente, avaliando-se o número de lagartas nas folhas e no cartucho, número de entrenós total e número de entrenós brocados”, relata.

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