JornalCana

Indústrias reforçam aposta em cana

As indústrias de máquinas agrícolas apostam no setor sucroalcooleiro para elevar as vendas e minimizar as perdas com o recuo na comercialização de máquinas para o setor de grãos. Enquanto o setor de grãos enfrenta queda de receita devido à quebra da safra, na cana a expectativa é de maior faturamento graças à demanda aquecida por açúcar e álcool nos mercados interno e externo, cenário que está aquecendo também a procura por tratores e colhedeiras.

A Case, do grupo CNH, aposta em uma linha de tratores com sistema de GPS para plantio, aplicação de defensivos e colheita de cana. Isomar Martinichen, diretor de vendas da Case, diz que as vendas para o setor de cana historicamente correspondem a 30% dos negócios totais do grupo e 70% vêm da área de grãos. Mas neste ano esses índices se inverteram, devido ao crescimento de 150% nas vendas de linhas para cana e à queda de 20% nas vendas para o setor de grãos.

“Hoje, o que vem suportando as vendas da empresa são as linhas para cana e, em menor escala, para café e laranja, e há perspectiva que esse nicho cresça nos próximos cinco anos”, afirma Martinichen. A Case estima para o ano uma queda na receita total de 20% no Brasil, mas não quis informar o faturamento de 2004.

A Valtra lança na Agrishow Ribeirão Preto dois novos sistemas de agricultura de precisão voltados para a cana, e a expectativa da empresa é pelo menos repetir os resultados de 2004. “Houve um forte movimento de renovação das máquinas nos últimos dois anos e neste ano a procura deve se manter nos mesmos níveis”, diz Paulo Beraldi, gerente comercial da Valtra. Segundo a empresa, que faturou R$ 832,85 milhões ano passado, 15% da sua receita vem de produtos para cana.

Produtora de tratores e implementos agrícolas, a Santal espera crescer 30% neste ano com vendas ao setor de cana, atingindo um faturamento de R$ 29 milhões. O diretor-presidente Arnaldo Ribeiro Pinto diz que a empresa já cresceu 13% no ano passado com o aquecimento do setor sucroalcooleiro. A empresa teme que haja redução nos preços com o avanço da concorrência neste ano. “Essa concorrência vai complicar as vendas porque pode ajudar a afetar preços, mas no longo prazo esse mercado deve se acomodar”, diz Pinto.

A Agrale também espera recuperar as perdas nas vendas ao setor de grãos com o aumento da comercialização para o mercado de cana e o lançamento de linhas para atender às indústrias. “A Agrale tem procurado atuar em nichos específicos e por isso conseguiu crescer 73% no ano passado, enquanto as outras indústrias tiveram queda nas vendas”, diz Silvio Rigoni, gerente de vendas. A empresa espera crescer 10% sobre o ano passado, quando faturou R$ 150 milhões. O crescimento, diz Rigoni, se dará com o aumento das vendas nesses nichos, além de ônibus e chassis.

Com as vendas aquecidas para o setor de cana, a participação do segmento nas vendas de máquinas, que é de 15%, deve ultrapassar este 20% neste ano, estimam representantes do setor de máquinas. A perspectiva de contínuo aumento das exportações de açúcar e álcool também manter as vendas aquecidas, avaliam.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram