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Indústrias de implementos devem fazer mais demissões

Representantes do setor de implementos agrícolas anunciaram ontem que devem fazer novas demissões nas indústrias, caso a crise na área de grãos não se reverta. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas Agrícolas (Abimaq), no primeiro trimestre do ano, as indústrias de implementos agrícolas demitiram seis mil pessoas. Nos últimos dois anos, o número de postos de trabalho no segmento foi reduzido de 45 mil vagas em maio de 2004 para 25 mil neste ano.

“Muitas indústrias não estão conseguindo vender as suas máquinas. E vão continuar demitindo se persistir essa situação”, afirmou Newton Mello, presidente da Abimaq. Ele observou que o segmento tem cerca de 1.400 empresas (inclui agrícolas e outros setores), quase todas de capital nacional e com sede em pequenas cidades. “Cada corte traz um impacto pesado na economia local”, disse Mello.

A Jumil, com sede em Batatais (SP), é uma das empresas que reduziu o número de funcionários nos últimos anos. Segundo Rubens Dias de Morais, presidente da empresa, o número de vagas foi reduzido de 800 em 2005 para 450.

“Meu faturamento caiu 60% em 2005 e mais 10% este ano. Se o mercado se retraiu, qual a solução para mim, senão me retrair também?”. Morais disse que muitas empresas conseguem suprir parte das perdas, substituindo a produção de equipamentos para grãos por itens que servem a outras áreas, como cana-de-açúcar e café. “O número de máquinas que atende um hectare de soja ou milho é muito maior que o que atende a uma lavoura de cana. Em volume de vendas, essa mudança de mercado nem sempre compensa.”

A Abimaq disse ontem que à solidária aos protestos de agricultores e à reunião que os governadores têm hoje com o presidente Lula para discutir a crise no setor agrícola.

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