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Indústrias de bens de capital do setor sucroenergético miram pré-sal

A falta de encomendas das usinas junto aos seus tradicionais fornecedores de máquinas, equipamentos, bens de capital, serviços e tecnologia, faz com que este importante setor da economia nacional comece a buscar novas alternativas e novos mercados para sobreviver.

O setor sucroenergético está imerso num emaranhado de problemas que começou no segundo semestre de 2008, com a crise financeira internacional e que se ampliou com os problemas de duas safras atípicas provocadas numa, pela falta de chuvas e na outra, pelo seu excesso.

A esta situação se soma também a falta de organização do setor que têm se distanciado, cada vez mais, do poder público federal. Esta falta de interlocução faz com que não haja, sequer, uma agenda de discussões para a solução dos problemas estruturais que vem abalando e corroendo o setor. E, infelizmente, sem nenhuma solução para o impasse no curto prazo.

As empresas associadas ao CEISE Br, desde o ano passado vem avaliando as possibilidades reais que se abrem com o advento do pré-sal. Dois grandes eventos foram promovidos pela entidade contando com a participação de técnicos da Petrobras e do Prominp – Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, do Ministério das Minas e Energia.

Num deles, que contou também com o apoio do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Sertãozinho foi a cidade do interior paulista que maior número de empresários reuniu (mais de 300). Na última quarta-feira, mais de três dezenas de representantes de empresas locais e de executivos do CEISE Br participaram em Santos da Offshore Oil & Gas Expo and Conference.

Já na abertura do evento, o presidente do CEISE Br Adézio Marques, fez uso da palavra e colocou a capacidade, competência, ‘expertise’ e tecnologia da indústria de bens de capital que atende ao setor sucroenergético à disposição dos investidores do pré-sal. E, mais: disse que a estrutura de formação profissional da UNICEISE (Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético) pode contribuir na qualificação desta nova geração de técnicos que o mercado do pré-sal está criando. Adézio Marques também informou em seu pronunciamento que o CEISE Br está planejando a realização de uma feira em Sertãozinho com estes propósitos.

Se de um lado este novo mercado pode amenizar as preocupações dos industriais de bens de capital e serviços que atendem às usinas, por outro lado, como estas empresas têm capacidade de produção limitadas, quando ocorrer uma retomada de investimentos no setor sucroenergético, podem haver problemas similares aos que ocorreram no período de 2004 a 2008 durante o ciclo virtuoso do setor de agroenergia e biocombustíveis, ou seja, falta de capacidade em atender novos pedidos.

Com efeito, quando as lideranças do setor despertarem para a importância desta retomada, podem faltar empresas que atendam a esta demanda reprimida.

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