Mercado

Industriais do Mercosul vão discutir comércio

O lobby da indústria argentina para criar mecanismos de proteção comercial no Mercosul ou até mesmo um sistema de cotas de exportação no comércio intra-bloco será discutido em breve pelos industriais dos quatro países. O tema entrará em pauta na próxima reunião do Conselho Industrial do Mercosul (CIM), que deverá se realizar dia 11 de agosto, em Montevidéu.

A data foi sugerida ontem em encontro de empresários do Brasil, Uruguai e Argentina na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), mas ainda depende de confirmação. Será a primeira reunião do CIM, órgão de consulta e assessoramento do bloco, em dois anos. O conselho está esvaziado desde o aprofundamento da crise argentina em 2001.

Ano passado houve somente um encontro bilateral entre integrantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da União Industrial Argentina (UIA), que já apresentou proposta para controlar o comércio no Mercosul ao governo de Néstor Kirchner.

O coordenador-geral da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), Oslvado Moreira Douat, diz que no Uruguai irá se fazer um levantamento dos problemas em matéria comercial, e abordar a preocupação dos empresários e do governo argentino, a partir do crescimento das exportações brasileiras para aquele mercado.

Na avaliação da Unidade de Integração Internacional da CNI, a gritaria dos empresários argentinos aumentou com o primeiro superávit do Brasil com a Argentina em 41 meses, registrado em junho. O último superávit do Brasil no comércio bilateral havia sido em dezembro de 1999.

O informativo “Fax Mercosul”, que será divulgado hoje pela CNI, reconhece que o superávit de US$ 34 milhões obtido pelo Brasil no comércio com a Argentina em junho, resultado de exportações de US$ 373 milhões e importações de US$ 339 milhões, motivou protestos do setor empresarial argentino, preocupado com a possibilidade de uma ” invasão ” de produtos brasileiros no seu mercado.

Para a CNI, a reativação do mercado argentino, o desempenho moderado da economia brasileira e a paridade entre o real e o peso explicam a melhoria geral do intercâmbio em favor do Brasil. “O Informe sobre Conjuntura Industrial da UIA de junho credita, contudo, basicamente à apreciação do peso em relação ao real, com reflexos sobre a competitividade do produto argentino no mercado brasileiro, a responsabilidade pelo resultado na área comercial”, diz o informativo.

Banner Revistas Mobile