Indústria

Usinas de etanol podem liderar mercado de captura de carbono

O Brasil tem potencial para capturar até 200 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que poderia gerar entre R$ 14 e R$ 20 bilhões

Logotipo do Carbonless Summit
Logotipo do Carbonless Summit | Divulgação

Sallie E. Greenberg, especialista em energia, destacou que a captura e armazenamento de CO2 (CCS) oferece uma grande oportunidade de receita para as usinas de etanol no Brasil.

Durante participação no Carbonless Summit, evento realizado nos dias 4 e 5 de novembro em São Paulo, Greenberg informou que a tecnologia, usada no setor de petróleo, pode agora ser aplicada para aumentar a sustentabilidade do etanol.

E isso resultará em biocombustíveis com pegada negativa de carbono.

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Por que o CO2 de etanol é considerado ideal?

O CO2 gerado na produção de etanol é considerado ideal para armazenamento devido à sua alta concentração e pureza.

A captura de CO2 pode gerar créditos de carbono e permitir que o etanol seja comercializado como “zero emissões” ou “emissor negativo”, o que aumenta seu valor no mercado internacional.

Redução de emissões já chega a 90%

O etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil já reduz em até 90% as emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas.

A captura e o armazenamento do CO2 gerado durante o processo de produção do biocombustível faz com que essa pegada de carbono seja ainda menor, chegando a ser negativa.

As mais de 360 usinas que produzem etanol no Brasil, em particular no Estado de São Paulo, têm a oportunidade de fazer do País o líder global nesse mercado.

E, assim, abrirão as portas para o acesso aos créditos de carbono e criando mais uma fonte de receita para as usinas.

Potencial

O Brasil tem potencial para capturar até 200 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que poderia gerar entre R$ 14 e R$ 20 bilhões anualmente.

O mercado global de captura e armazenamento de carbono (CCS) deve atingir US$ 14,51 bilhões até 2032.

O uso de CCS pode também ajudar o Brasil a se tornar líder global nesse mercado, oferecendo novas fontes de receita para as usinas de etanol e contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Fase de aprimoramento

A legislação brasileira sobre CCS, incluindo a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), está sendo aprimorada para apoiar o desenvolvimento dessa tecnologia.