O governo brasileiro decidiu criar um programa de apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de etanol e de outros produtos a partir de novos aproveitamentos da cana-de-açúcar. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o BNDES vão aplicar R$ 1 bilhão no financiamento de novos projetos na área.
Destinada a ser embrião do desenvolvimento de um complexo industrial do etanol no país, a linha concorre com esforços feitos por outros países, especialmente os EUA, a partir de outras plantas. A nova linha é parte de um acordo de parceria de R$ 1,75 bilhão assinado esta semana entre as duas instituições. “Temos vantagem comparativa, fruto de desenvolvimento tecnológico já alcançado (na área do etanol), mas isso tem prazo de validade”, disse o presidente da Finep, Luis Fernandes.
Os financiamentos serão focados tanto na produção de etanol a partir do bagaço e da palha da cana (tecnologia da lignocelulose), como também a fabricação de novos produtos, como polímeros, óleos especiais e biodiesel. Fernandes disse que as duas instituições vão estruturar ao longo de junho as condições da nova linha que estará disponível no fim de julho. Os recursos deverão ser liberados ao longo de três ou quatro anos.
O outro acordo assinado entre a Finep e o BNDES prevê o repasse de R$ 750 bilhões da linha de inovação do banco para que a agência, cuja finalidade específica é financiar a pesquisa e desenvolvimento de nova tecnologias, possa ampliar seu raio de ação.
Na prática, a Finep passará a ser um agente qualificado de repasse da linha de inovação do BNDES antes operada diretamente pelo banco. Os financiamentos têm juros subsidiados de 3,5% para áreas prioritárias da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo e de 4,5% para estudos ou ações de mudanças de processos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) pelas empresas.
A Finep anunciou também linha de R$ 130 milhões para aplicação em novas tecnologias voltadas para o pré-sal. O dinheiro será distribuído entre duas chamadas públicas a serem feitas na próxima semana: uma, de R$ 100 milhões, para projetos em parceria de empresas com instituições de ciência e tecnologia voltados para soluções em equipamentos para pré-sal.
Os outros R$ 30 milhões irão apoiar a criação ou capacitação de laboratórios em instituições de ciência e tecnologia para atender a demandas de fornecedores da cadeia e petróleo e gás.