Uma pesquisa realizada durante aproximadamente sete meses comprovou que o resíduo do bagaço da cana ajuda a retirar corantes de águas contaminadas, resultantes de processos industriais. A descoberta é do engenheiro Antônio Iris Mazza, que iniciou o estudo durante o Mestrado de Ecologia na Universidade Santa Cecília, em Santos. Agora a descoberta está em processo de patente.
O resultado foi muito positivo pois depois de aproximadamente 600 testes conseguiu comprovar que o pó do bagaço da cana retira até 80% do corante da água contaminada.
Segundo a experiência, o resíduo do bagaço da cana é misturado com a água e são realizadas 100 rotações por minuto em um recipiente, em seguida é enviado para uma peneira e uma centrífuga. O processo final consiste em avaliar quanto foi retirado do corante.
O engenheiro explica que esse procedimento com o resíduo pode ser usado para a retirada de cor, metais, carga orgânica, efluentes industriais e todo o processo que usa o carvão ativado. A pesquisa revelou que apenas duas gramas de resíduo são suficientes para retirar o corante de um litro de água contaminada. A medição pode ser usada em qualquer proporção.
No momento, Mazza está em processo de patentear o tratamento com o RBC (resíduo do bagaço da cana). “Eu criei mais um produto que veio da cana. Esse material vem da natureza e existe um ganho financeiro pois não destrói árvores, como se faz com o carvão”, lembra Mazza.
O próximo passo, que já é palpite para os estudiosos, é que o resíduo poderá transformar água não potável em água para reuso. “A pesquisa deu indicadores de que pode ser usado o resíduo, mas depende de testes”, afirma o engenheiro. (Fonte: G1)