Indústria

Perdas indeterminadas: por que elas são o desafio oculto na indústria bioenergética

Marcos Chagas, engenheiro químico na Usina São José do Pinheiro, avalia as perdas indeterminadas orienta como elas devem ser enfrentadas

Imagem: Divulgação
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Você sabia que, mesmo com todo o controle de processo, parte do açúcar da cana simplesmente “desaparece” nas usinas?

Esse fenômeno é conhecido como Perdas Indeterminadas – e representa um dos maiores desafios técnicos para engenheiros e gestores da indústria de açúcar e etanol.

Diferente das perdas mensuráveis, como aquelas no bagaço ou na torta de filtro, as perdas indeterminadas surgem como um desvio no balanço de massa.

São frações de Açúcar Redutor Total (ART) que não conseguimos rastrear diretamente, mas que afetam a eficiência e, principalmente, a rentabilidade da safra.

Por que isso importa?

Porque cada ponto percentual perdido pode significar toneladas de açúcar não vendidas e margens mais apertadas em um setor já competitivo.

Perdas indeterminadas acima de 2% do ART da cana são sinais de alerta.

O que contribui para essas perdas indeterminadas?

  • Erros de medição e amostragem
  • Inversão da sacarose por pH e temperatura inadequados
  • Micro-organismos consumindo açúcar no processo
  • Vazamentos, arrastes e perdas físicas não visíveis

Como combater?

Com auditorias rigorosas, instrumentação precisa, controle microbiológico e automação avançada. Mas o primeiro passo é entender a fundo onde essas perdas se originam.

É sobre eficiência, mas também sobre cultura. Minimizar perdas indeterminadas é mais do que um dever de casa técnico – é uma postura estratégica para quem busca excelência operacional.

Vamos juntos iluminar onde o açúcar se esconde – e transformar cada detalhe em vantagem competitiva.