Açúcar e etanol

Rumo projeta crescimento de 50% no transporte de etanol de milho para São Paulo

nvestimentos em extensão ferroviária e infraestrutura visam atender demanda crescente

Rumo projeta crescimento de 50% no transporte de etanol de milho para São Paulo

A Rumo, braço de logística do grupo Cosan, está expandindo suas operações no transporte de etanol de milho para o estado de São Paulo, com a previsão de um aumento de 50% nos próximos anos. Segundo Fábio Henkes, diretor comercial da empresa, os investimentos na extensão da ferrovia até Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, serão fundamentais para atender a essa demanda adicional.

Atualmente, a Rumo se destaca pelo transporte de soja, farelo e milho, que representam 70% do lucro operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da companhia. No entanto, o crescimento do mercado de etanol de milho no Centro-Oeste está se tornando uma nova avenida de expansão para a empresa.

A demanda crescente por etanol em São Paulo, que alcançou 863 milhões de litros em abril deste ano, impulsiona essa estratégia. A Rumo estima transportar para o estado pouco mais de 3 milhões de metros cúbicos, ou três bilhões de litros, de etanol neste ano. Com o aumento de 50% em três anos, esse volume deverá chegar a 4,5 bilhões de litros anuais.

Para sustentar esse crescimento, a Rumo está investindo em diversas frentes. Melhorias nas operações em Paulínia – SP e Rio Verde – GO, além da extensão da malha ferroviária até Lucas do Rio Verde, estão em andamento. Segundo Henkes, “tem muito mais etanol vindo até 2030, com a entrada de mercados como Mato Grosso do Sul e Goiás. O mercado está mudando, temos o SAF (combustível de aviação) e começamos a ver demandas de exportação”, informou o diretor em matéria da AgFeed.

A extensão da malha ferroviária até Lucas do Rio Verde é descrita por Henkes como “um dos maiores projetos de infraestrutura no Brasil no momento”. Com um investimento de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões na primeira fase, os efeitos dessa obra, que abrange 700 quilômetros de ferrovia, devem ser sentidos em 2027. Esse novo trecho permitirá à Rumo se conectar à Malha Paulista, facilitando o acesso ao Porto de Santos.

Desde que assumiu a concessão de Rio Verde, a empresa investiu R$ 4 bilhões em obras e novos terminais. “Precisamos fazer algo a mais para conseguir capturar esse mercado que cresce ano a ano. A fronteira de crescimento do etanol de milho é enorme, e precisamos investir para atender os volumes expressivos que olhamos para 2030 e 2035,” explicou.

Além dos investimentos em infraestrutura ferroviária, a Rumo está ativa na compra e venda de ativos no Porto de Santos. A empresa recentemente vendeu sua participação nos terminais T16 e T19 para a CLI, controlada por IG4 e Macquarie, e se desfez do terminal T39 por R$ 600 milhões, envolvendo a Bunge e a japonesa Zee-Noh. Em paralelo, a Rumo anunciou um investimento de R$ 2,5 bilhões para construir um novo terminal de grãos no porto. “Vendemos terminais maduros em Santos para investir em novos,” afirmou Henkes.

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