Com crescimento acima da média nacional entre os estados e investimentos significativos a caminho para gerar mais expansão, é apenas questão de tempo para que o Mato Grosso do Sul dispute a vice-liderança entre os principais produtores do setor sucroenergético da região Centro-Sul.
Essa foi uma das conclusões da apresentação levada à reunião do Conselho da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) pelo CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, na última quinta-feira (22).
Na presença de executivos das empresas associadas, do Secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Jaime Verruck, que representou o governador Eduardo Riedel (PSDB), e do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, Márcio Fernandes, e do presidente da BioSul, Amaury Pekelman, Ono apontou os motivos que levam a expectativas otimistas para a produção do estado.
“O Mato Grosso do Sul já tem moagem superior a 50 milhões de toneladas ano, com grandes investimentos programados para alavancar esses números inclusive na produção de etanol de milho, com 2 usinas já em operação, da Inpasa e da Cerradinho, com uma segunda unidade da Inpasa a caminho,” explicou.
O executivo lembrou ainda que o potencial do estado para a produção do etanol de milho é muito grande e isso, em breve, vai fazer a diferença na produção total do biocombustível.
“O governo do estado fez mudanças tributárias importantes que favorecem a venda do etanol hidratado no mercado interno, e o crescimento já está acontecendo, o que também vai contribuir para o aumento esperado para a produção”, frisou Ono, elogiando o recém-conquistado ganho de competitividade para o etanol no estado.
Citando os principais programas governamentais em fase de aprovação, que devem incentivar ainda mais a produção e uso dos biocombustíveis, Ono apontou os projetos ‘Combustível do Futuro’ e o Mover, aprovado recentemente – ambos importantes por garantir maior segurança jurídica para os investidores. Apoiado em projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Governo Federal, Ono enfatizou que o crescimento na produção e consumo do etanol e do biodiesel ao longo dos próximos 10 anos é factível e serve de estímulo para novos investimentos.
Sem deixar de lado aspectos ainda preocupantes para o setor sucroenergético como um todo, Ono abordou as dificuldades que o programa RenovaBio vem enfrentando, em especial o descumprimento de normas essenciais por distribuidoras de combustíveis: “O RenovaBio carece de mais atenção por parte do Governo, do Ministério Público e do Ministério de Minas e Energia, que precisam agir para punir as distribuidoras que não adquirem os CBios nos volumes definidos por lei”.
Em relação ao Mato Grosso do Sul especificamente, Martinho Ono concluiu lembrando que a grande maioria da produção de etanol é consumida fora do estado e depende de uma logística essencialmente rodoviária, que é cara e menos eficiente. “Com o nível de investimento na produção que o estado vem recebendo, essa é uma área que precisa de melhorias importantes, para atingir o que já se observa em estados do Centro-Oeste como Goiás e Mato Grosso, onde já existem dutos e transporte ferroviário, agilizando o escoamento com custos menores”.
Aproveitando a presença do Secretário Jaime Verruck, que representou o Governador do Estado, o presidente da BioSul agradeceu pela política de incentivo ao etanol hidratado: “Com a redução no ICMS, melhorou a paridade e isto já se reflete nas vendas, beneficiando o consumidor. As oportunidades em nosso setor seguem crescendo, o que justifica plenamente a continuidade dessa postura com investimentos que contribuam para reduzir os custos com logística”, completou Amaury Pekelman.