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Construção da planta de etanol em Passo Fundo-RS é iniciada com previsão de operação em 2026

Parque fabril vai produzir biocombustível com cereais, glúten vital e farelo em modelo produtivo marcado pela inovação

Construção da planta de etanol em Passo Fundo-RS é iniciada com previsão de operação em 2026

A Be8 anunciou nesta quarta-feira (14) o início das obras de construção da nova planta de etanol, a primeira de grande porte no estado produzindo o biocombustível com cereais, e a primeira produção de glúten vital do Brasil. A empresa conseguiu a licença ambiental para a instalação da unidade em abril.

“Hoje começamos a tornar um sonho em realidade com mais este empreendimento industrial da Be8 em Passo Fundo, que vai trazer desenvolvimento e oportunidade para nossa região e mais uma solução de energia verde para a transição energética do país”, celebrou Erasmo Carlos Battistella, Presidente da Be8 durante acompanhamento das atividades na área de construção.

“Eu tenho dito que não é uma fábrica e sim um parque fabril que vai abrigar quatro fábricas e produzirá alimento humano (glúten vital), energia renovável (etanol) e alimento animal (farelo) com muita inovação, o que coloca Passo Fundo e o Rio Grande do Sul em destaque nessa área”, destacou Battistella.

“A natureza inovadora deste projeto representa um novo capítulo para o agro gaúcho, agregando valor para toda a cadeia produtiva, com a otimização do uso de nossas áreas produtivas nas culturas de inverno, com desenvolvimento genético de trigo, para atender as demandas em mercados de alimentos e de energia limpa”, disse Leandro Luiz Zat, Vice-presidente de Operações, Leandro Luiz Zat.

O início da atividade de terraplanagem movimenta 1 milhão e 500 mil metros cúbicos de terra, entre corte e aterro, numa área total de terreno de 80 hectares. A área construída da nova planta será de cerca de 40 hectares, ou mais de 63 mil metros quadrados.

“A movimentação que observamos aqui no terreno da fábrica é o resultado de uma longa estratégia financeira que envolveu um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aprovou o valor de R$ 729,7 milhões para a construção de fábrica, que tornou este investimento uma realidade”, explicou Tulio Abi-Saber, Vice-presidente Financeiro.

Com previsão de operação em 2026, a fábrica de etanol vai gerar mais de 800 empregos durante a fase de implantação do projeto, dando preferência à contratação de mão de obra local, promovendo o treinamento e a capacitação especializada para manutenção e operação da unidade. Após a conclusão, serão gerados aproximadamente 175 empregos diretos na operação.

A companhia está estruturando, com instituições de ensino, cursos de formação técnica e de aperfeiçoamento profissional com o objetivo de desenvolver e formar profissionais qualificados para a nova fábrica e demais processos industriais da empresa. A companhia também vai priorizar a contratação direta e indireta de empresas estabelecidas em Passo Fundo para a realização de investimentos. A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina) ou hidratado (consumo direto) e terá capacidade de 220 milhões de litros.

A unidade também vai oferecer ao mercado o farelo oriundo do processamento dos cereais, conhecido como DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português), obtido imediatamente após o processo fermentativo de produção de etanol. Esse é um importante coproduto, com grande potencial de utilização em rações animais. Serão produzidos 155 mil de toneladas por ano de farelo.

Também será integrada ao projeto a produção de glúten vital, um concentrado proteico em pó obtido a partir da farinha de cereais. Atualmente todo o glúten consumido no Brasil é importado. Como este projeto inovador, a Be8 suprirá integralmente o mercado brasileiro, com capacidade para atender ao Mercosul também. A unidade produzirá 35 mil toneladas/ano de glúten vital.

A unidade contará com autoprodução de energia elétrica com cogeração a partir de biomassa e a oferta de energia excedente será disponibilizada na rede de distribuição do município. Não haverá lançamento de efluentes líquidos, que serão utilizados para produção de vapor no processo de produção.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 729,7 milhões para a construção de fábrica. Do total, R$ 500 milhões são provenientes do Programa BNDES Mais Inovação. A adequação do investimento da Be8 ao Programa se deu pelo projeto prever a construção de planta pioneira de produção de biocombustível a partir de matérias-primas que ainda não haviam sido utilizadas para esse fim no Brasil, como trigo e triticale, entre outros.