A recuperação da renda e do emprego, com o PIB per capita voltando a níveis recordes, além de uma maior conectividade e compartilhamento de veículos, tendem a aumentar o transporte de pessoas e cargas no país e, consequentemente, a demanda energética para atender este setor.
Segundo o caderno PDE 2032: Demanda Energética do Setor de Transportes, só a atividade do transporte de passageiros deve se expandir em 6,0% ao ano, entre 2022 e 2032, provocando um aumento anual de 2,7% da demanda energética no setor.
Destaca-se que a demanda projetada é impactada diante das políticas de promoção de eficiência, a implantação de Planos de Mobilidade Urbana priorizando o transporte público, uma crescente eletrificação e hibridização, e sobretudo o aumento da participação do transporte rodoviário coletivo e o avanço de sistemas metroferroviários, que promovem uma melhor eficientização, de forma a contribuir para diminuição do crescimento da demanda energética.
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No caso dos transportes de cargas, a previsão é que a atividade expanda 3,2% ao ano, entre 2022 e 2032. O índice menor de expansão é reflexo de um setor menos atingido pela pandemia, da crescente participação dos modais ferroviário e aquaviário, do aumento da parcela de caminhões pesados com novas tecnologias fomentadas pelo Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve P8), mais eficientes, e de melhorias na infraestrutura rodoviária.
Ainda assim, a expansão é extremamente relevante para o setor, fundamental para o escoamento da produção brasileira, oriunda em grande parte do agronegócio. A recuperação do PIB e o melhor desempenho de setores demandantes de transporte de cargas, auxiliam a construir um cenário de crescimento da demanda energética no setor de 1,6% ao ano.
Impactos das medidas propostas
Atualmente, o efeito da atividade do transporte de cargas contribui para um aumento da demanda energética do setor de transportes de 125 bilhões de litros de gasolina equivalente (lge) para 201 bilhões lge (+4,9% ao ano).
Com a expansão dos modos metroferroviários, ferroviário e aquaviário, além do maior uso do transporte rodoviário coletivo, essa demanda potencial reduz em 22 bilhões lge. Uma maior intensidade de uso, proveniente de planos e programas de redução das emissões e de promoção da eficiência energética, diminuem a demanda potencial em mais 23 bilhões lge. Com isso, projeta-se, durante o horizonte do estudo expansão energética de 31 bilhões lge (+2,2% ao ano.).
Acesse o Caderno de Demanda Energética do Setor de Transportes