Cogeração

Governo contrata 4,6 GW de potência em leilão de reserva de energia

Foram registrados a contratação de 17 usinas, sendo uma a partir de biomassa de cana

Linhas de transmissão de energia, energia elétrica
Linhas de transmissão de energia, energia elétrica

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) realizaram hoje (21) o primeiro leilão para contratação de reserva de capacidade de geração de energia no Brasil.

No total, 4,6 gigawatts de disponibilidade de potência foram negociados, valor equivalente a um terço da geração da usina de Itaipu Binacional. O montante financeiro contratado representa R$ 57,3 bilhões.

O certame teve como objetivo garantir o fornecimento de energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio da contratação de potência elétrica e de energia associada proveniente de usinas termelétricas novas e existentes, com início de suprimento em 2026 e 2027. A capacidade contratada poderá ser acionada, ou não, conforme a necessidade.

Foram registrados a contratação de 17 usinas, sendo uma a partir de biomassa de cana-de-açúcar (80MW), nove com Gás Natural e sete com Óleo Combustível/Diesel.

Na avaliação da Cogen, o resultado do leilão, com a contratação de apenas um projeto de biomassa, reforça a necessidade de um planejamento energético que valorize os atributos das biomassas como fonte resiliente, eficiente, competitiva e, sobretudo, renovável.

“Nossa proposta é que o país crie, a partir de 2022, leilões voltados para o ‘enchimento de reservatórios’ com o uso de biomassas”, diz o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho.

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“Desse modo, o país poderia, em médio prazo –– com modelagem a definir ––, começar a colher os resultados da contratação de uma energia que proporciona segurança energética (especialmente no período seco) e é, ao mesmo tempo, mais limpa, com potencial de adicionar ao sistema pelo menos de 1,2 GW a 1,5 GW. Essa seria uma boa solução para recuperar o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas, que sofreram bastante com a recente crise hídrica”, completa o diretor da Cogen.

“A partir de julho de 2026, os empreendimentos contratados deverão oferecer a potência pelo preço ofertado no leilão sempre que o Operador Nacional do Sistema (ONS) solicitar o despacho em momentos de pico da demanda dos consumidores. Essa medida reduz custos na geração em períodos secos, em especial nos anos de escassez hídrica como o verificado em 2021”, explicou a Aneel, em comunicado.

As termelétricas são acionadas quando as hidrelétricas não conseguem suprir a demanda por energia. Por serem, normalmente, movidas a carvão, têm um custo maior para os consumidores e são mais poluentes.