Cogeração

Geo investirá R$ 15 milhões em planta piloto de bioquerosene de aviação

Projeto inédito conta com parceria da UEM, será financiado pela Finep

Geo investirá R$ 15 milhões em planta piloto de bioquerosene de aviação

Com investimentos de R$ 15 milhões,  a Geo Biogás & Tech, desenvolvedora de plantas de produção de biogás e hidrocarbonetos verdes derivados a partir da cana-de-açúcar, irá para montar uma primeira planta de demonstração do bioquerosene de aviação, um combustível sustentável para aviões (SAF, na sigla em inglês).

A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos de fomento à tecnologia e inovação em empresas) irá  financiar parte do projeto, tendo a UEM (Universidade Estadual de Maringá) como coexecutora do projeto, sendo o restante do orçamento viabilizado com recursos da própria Geo. O desenvolvimento da tecnologia será feita no Laboratório de Sistemas e Processos Químicos (LSPQ), liderado pelo prof. Dr. Luiz Mario de Matos Jorge.

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A capacidade inicial de produção será de 660 litros por dia, o que após inserido no mercado, poderá ser escalado para produção do combustível em plantas de biogás próximas de centros consumidores do insumo energético.

A definição para o investimento ocorre após a conclusão dos estudos de prova conceito que demonstraram a viabilidade da produção de bioquerosene de aviação. A prova conceito, realizada em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) pelo professor/pesquisador Luiz Mario de Matos Jorge, é inédita no país e passa a tornar possível que a indústria sucroenergética passe a produzir e comercializar combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).

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Alessandro Gardemann

De acordo com Alessandro Gardemann, CEO da Geo Biogás & Tech, o projeto mira a demanda do setor de aviação civil para a descarbonização das suas operações, além de ser alternativa para tornar a produção brasileira do querosene de aviação sustentável e autossuficiente em relação a dependência dos insumos fósseis de petróleo.

“O Brasil possui escala para a produção de gás verde que pode ser usado na produção de combustível sustentável de aviação, além de outros hidrocarbonetos verdes derivados a preços competitivos em relação a fontes de petrolíferas“, afirma Gardemann.

Demanda

O setor de aviação é um dos que mais emite carbono na atmosfera do planeta, algo próximo a 1 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera por ano, o que representa algo entre 2% e 3% das emissões mundiais totais de CO2.

Segundo a Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês), os SAFs na condição de biocombustíveis são as melhores alternativas para reduzir emissão de CO2, de particulados e enxofre, os quais são gerados nas operações aéreas com combustíveis fósseis usados na aviação, sendo necessária uma produção anual de 449 bilhões de litros para que se alcance redução de em 65% das emissões do setor.

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Por isso, tanto empresas de aviação quanto fabricantes de aeronaves comerciais estão comprometidas com a redução de emissões do setor até 2050, através do aumento da eficiência de aproveitamento energético e da busca por combustíveis renováveis.

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