Para escapar dos altos custos da tarifa de energia elétrica, mais empresas investem em autoprodução, ou seja, no investimento em termelétricas próprias para o abastecimento de eletricidade.
Balanço da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revela que entre os dias 1º e 11 de agosto a geração de eletricidade de agentes autoprodutores cresceu 6,3%. No mesmo período, entretanto, o consumo caiu 0,5%.
Conforme o Portal JornalCana apurou, os dados explica que, apesar da queda no consumo de energia, avança a autoprodução para driblar os custos com as tarifas das distribuidoras de eletricidade.
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No nicho de autoprodução, os setores de madeira, papel e celulose (+31,4%) e minerais não-metálicos (+16,5%) ampliaram o consumo e contribuíram com o índice positivo na comparação ao mesmo período do ano passado.
As empresas que atuam nos ramos de transporte (-15,6%) e metalurgia e produtos de metal (-14,6%) foram as que registraram maior retração.
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Balanço
Segundo os dados de medição, que são preliminares, houve redução no consumo (-2,3%) e na geração (-2,2%) de energia elétrica no país, quando comparados com o mesmo mês de 2014.
As informações constam na mais recente edição do boletim InfoMercado Semanal, da CCEE, que traz dados de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
Em agosto, a análise do desempenho da geração indica que 59.034 MW médios de energia foram entregues ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
O destaque segue na produção das usinas eólicas com o registro de 3.355 MW médios, um aumento de 75,6% em relação ao mesmo período do ano passado. As usinas hidráulicas tiveram queda de 0,5% com a geração de 40.151 MW médios no mês.
A representatividade da fonte, em relação a toda energia gerada no país, foi de 68%, índice 1,1 ponto percentual superior ao registrado em 2014.
O consumo de energia elétrica somou 57.139 MW médios com redução tanto no mercado cativo (ACR), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras, quanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL), no qual consumidores compram energia diretamente dos fornecedores.
O consumo cativo registrou 43.102 MW médios, uma diminuição de 1,4%. Já os agentes livres consumiram 14.037 MW médios, ou seja, 5% a menos do que no mesmo período do ano passado.
Dentre os segmentos industriais que adquirem energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL), apenas os setores de telecomunicações (+4,2%), extração de minerais metálicos (+3,4%) e comércio (+2,6%) aumentaram o consumo no período. Os ramos de veículos (-15,6%), têxtil (-15,2%) e de bebidas (-12,3%), por sua vez, registraram as maiores quedas.