A atividade industrial no estado de São Paulo caiu 3% entre março e abril, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (28) pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Foi o quinto quadrimestre consecutivo de recuo. No acumulado em 12 meses, a atividade industrial registra queda de 4,5%. A projeção da Fiesp para 2015 é de queda de 5%.
O Índice de Nível de Atividade (INA) apresenta trajetória de queda desde 2013. “A indústria paga muito imposto, os juros afetam diretamente e, nas medidas atuais, não há nenhum sinal de melhora nesse sentido”, afirma o gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, Guilherme Moreira sobre o ajuste fiscal promovido pelo governo.
A pesquisa apontou também queda de 6,3% nas vendas em abril.
Percepção da economia
Uma sondagem feita no mês de maio pela Fiesp também mediu a percepção geral dos empresários diante do cenário econômico atual. O estudo mostrou que houve piora no índice, que caiu de quase cinco pontos, indo de 49 em abril para 44,2. É o pior resultado da série histórica da pesquisa, iniciada em 2006.
Efeitos do dólar em alta na indústria
Moreira avalia que a alta do dólar é para o setor produtivo, já que beneficia as exportações. O dólar valorizado em relação ao real torna os produtos brasileiros mais baratos no mercado externo e mais caros os itens importados no Brasil. Assim, o câmbio aumenta a competitividade do produto nacional em relação ao importado.
No entanto, o gerente afirma que o efeito desse novo patamar cambial tem perdido força em meio à forte redução de demanda que o país enfrenta. “O câmbio ajuda a indústria, favorece a competitividade em relação ao produto importado. Mas este momento de crise em que o país entrou, afetando muito a renda e o consumo das famílias, está se sobrepondo aos efeitos positivos do câmbio”, afirma.
Moreira cita como exemplo o caso de indústria de alimentos, que apresentou uma queda de 2,1% na passagem de março para abril no índice de atividade. As vendas reais do segmento despencaram 22,3% no mês. “Essa queda não está relacionada somente ao setor sucroalcooleiro, mas é reflexo da forte queda da renda e do emprego que as famílias vêm enfrentando. Está se refletindo nas compras do supermercado. A crise, que até ano passado atingia a indústria, agora é generalizada e também chegou às famílias”.
(Fonte:G1)