Um fato interessante vem acontecendo nas fermentações no mês de agosto. Tanto pode ser contínua, lembrando que na contínua é mais fácil acontecer do que nas bateladas.
Observei pela primeira vez nas usinas da região Nordeste na extinta Guaxuma (2005) e após isso na falida Debrasa (2011).
Na antiga Debrasa, que fica localizada em Brasilândia, cheguei a pesquisar orientando as microbiologistas, uma em cada turno — naquele tempo ainda funcionava a todo vapor o laboratório de Microbiologia — e identificamos até de qual fazenda canavieira era originada.
Lá na Debrasa a chamavam de “A coisa” e todos do processo já a aguardavam. E aí, o que acontecia? O fermento floculava tanto que se colocássemos a mão embaixo da centrífuga podíamos pegar o fermento e fazer um bonequinho!
Para conferir com a imaginação, veja as fotos abaixo.
O fermento que se encontrava no processo poderia ser modelado. Como se apresentava assim, entupia as centrífugas e se gastava muito mais ácido sulfúrico para ser centrifugado. E quando retornava para as dornas imediatamente após receber o mosto, floculava tudo novamente!
Um problema sobre o qual ainda hoje muitas usinas continuam se debatendo.
E a perda é enorme, pois essas leveduras “coladas” não conseguem, por falta de área, transformar o açúcar em ETANOL, e aí o ARRT, que é açúcar não processável, que sobrou se perde nas colunas de destilação.
ENORME PERDA
Um exemplo palpável disto é que uma usina que produz 1 milhão de litros de etanol por dia, pode chegar a perder 160 mil litros em um só dia (ARRT diferença de 1,5% entre o que deveria ser e o que se está conseguindo por deficiência das leveduras).
A SOLUÇÃO
A solução deste problema que abrange uma enormidade de usinas é selecionar a própria levedura, a mais estável, a mais produtiva, a mais eficiente, injetar quando necessário e ao mesmo tempo aplicar uma pequena modificação na planta, para “deletar” as indesejáveis que queiram se instalar no processo. Esta metodologia já foi implantada com sucesso em cinco usinas.
Precisamos ainda entender e valorizar o que Pasteur disse: “O papel do infinitamente pequeno é infinitamente grande!”.