As cotações do açúcar recuperaram 2,0% na última semana após atingirem a mínima de 52 semanas, de acordo com o relatório da FG/A. O contrato com vencimento em outubro de 2024 registrou uma alta significativa em relação ao fechamento da semana anterior, encerrando a sexta-feira (23) em 18,39 cts/lp nas negociações em Nova Iorque. Apesar dessa recuperação, o mercado continua a exibir grande volatilidade, com os preços alcançando 17,57 cts/lp na terça-feira (20), superando a mínima de 17,87 cts/lp das últimas 52 semanas.
Em termos de moeda local, os preços em reais subiram 3,1% ao longo da semana, com o contrato de outubro/2024 sendo cotado a R$ 2.343 por tonelada. Esse movimento foi impulsionado pela valorização do dólar, que fechou a semana em R$ 5,53, uma alta de 1,2% em relação à semana anterior.
A produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil está sendo diretamente impactada por incertezas climáticas e operacionais, agravadas pelos incêndios recentes nos canaviais das regiões de Ribeirão Preto e São Carlos, no estado de São Paulo. Essas condições climáticas adversas estão pressionando ainda mais o mercado.
No setor de etanol, o relatório da FG/A destaca que o consumo crescente mantém os preços em níveis elevados. No entanto, o indicador diário de preços do etanol hidratado divulgado pelo CEPEA mostrou uma retração de 4,7% na última semana, com o biocombustível sendo negociado a uma média de R$ 2,62 na sexta-feira. Essa queda nos preços é atribuída ao excesso de oferta de etanol, típico do segundo terço da safra (julho a setembro), período de maior processamento de cana-de-açúcar.
A produção elevada de etanol também é influenciada por um mix de produção mais voltado para o biocombustível do que para o açúcar, devido à baixa qualidade da cana colhida nesta safra. Essa combinação de fatores resulta em uma oferta maior de etanol, pressionando os preços para baixo no mercado interno.