No primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou US$ 82,8 bilhões em produtos agropecuários, uma leve retração de 0,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi influenciado por uma redução nos embarques para a China e um aumento no valor das exportações de produtos como algodão, café e açúcar.
O complexo soja, composto por grãos, farelo e óleo, sofreu uma significativa queda nas exportações, sendo o principal grupo impactado na pauta exportadora do agronegócio brasileiro. O valor das exportações de soja em grão recuou 16,4%, enquanto o óleo e o farelo de soja tiveram quedas ainda mais expressivas, de 62,1% e 12,5%, respectivamente, em comparação ao primeiro semestre de 2023. Esse cenário é resultado da contínua queda nos preços da soja e seus derivados no mercado internacional, que tem sido observada desde meados de 2023.
O complexo sucroalcooleiro registrou um aumento expressivo de 53,6% nas exportações, impulsionado principalmente pelo açúcar. Enquanto as exportações de etanol diminuíram 15,2%, o valor exportado de açúcar no primeiro semestre de 2024 foi 62% superior ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$ 8,71 bilhões. Esse crescimento é atribuído às condições climáticas favoráveis e aos preços elevados, decorrentes da baixa oferta global do produto.
Em termos de destinos, China e Hong Kong permaneceram como os principais compradores dos produtos agropecuários brasileiros, apesar de uma redução de 6,9% em comparação ao primeiro semestre de 2023. A União Europeia e o Reino Unido foram o segundo maior destino, com um valor de aproximadamente US$ 12,06 bilhões, uma ligeira queda de 2%. Entretanto, as exportações avançaram em outros mercados, como os EUA (+15,9%), Oriente Médio e Norte da África (+27,3%), Sudeste Asiático (+17%) e África Subsaariana (+20%).
Já as importações de produtos agropecuários cresceram 7,9%, enquanto as compras externas de insumos caíram 11,9% em relação ao primeiro semestre do ano passado, destacando-se a redução de 23,6% nas importações de fertilizantes. Outros insumos, como maquinários e defensivos agrícolas, também registraram quedas de 23,2% e 0,8%, respectivamente, enquanto as importações de medicamentos aumentaram 17,6%. No total, o agronegócio brasileiro importou US$ 22,37 bilhões no primeiro semestre de 2024, resultando em um superávit de aproximadamente US$ 60,45 bilhões, um leve aumento de 0,5%.