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Indústria trabalha com capacidade instalada recorde e pede investimentos

A utilização da capacidade instalada na indústria de transformação nacional bateu recorde no mês de maio ao atingir os 82,5%. Esse foi o quinto mês consecutivo de alta e é o melhor desde que a CNI (Confederação Nacional da Indústria) começou a fazer o levantamento, em 1992.

O aumento é positivo pois comprova a recuperação da produção industrial, mas também sinaliza a necessidade de se fazer novos investimentos para que o ritmo de crescimento se mantenha de forma sustentada nos próximos anos. A taxa de utilização supera os 82,49% registrados em outubro de 2002.

Em abril, esse indicador havia sido de 81,2% e, em maio do ano passado, de 80,4%.

“Esse aumento sinaliza que o crescimento da indústria tem sido contínuo, mas também que há necessidade de novos investimentos”, afirmou o coordenador da unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castello Branco. Ele lembrou que os investimentos foram “bastante fracos” em 2001 e 2002.

“O ano de 2004 pode mostrar aumento na taxa de investimentos. A pressão está maior porque houve pouco investimento nos últimos anos”, disse. O economista afirmou ainda que a situação da indústria nos cinco primeiros meses deste ano é semelhante à registrada entre o final de 1999 e meados de 2001, quando houve forte crescimento.

Segundo Castello Branco, os setores que devem ter as maiores demandas por investimentos são os de metalurgia e metalmecânica, onde foram registrados aumentos significativos da utilização da capacidade instalada.

Em maio, as vendas reais da indústria cresceram 1,76% em maio em relação a abril, na comparação que já exclui os efeitos da sazonalidade. O movimento de vendas nos setor vem sendo sustentado pelo crescimento das exportações. No acumulado do ano, o faturamento da indústria registra crescimento de 14,67%.

Riscos

Castello Branco disse ainda que para este ano, o ritmo de crescimento da indústria e da economia estão de certa forma “garantidos”. Mas, para os próximos anos, essa expansão pode ser comprometida caso não sejam feitos os investimentos necessários para suprir o aumento da demanda.

“Se o investimento não vier, pode ser um risco. Se isso [o investimento] não se materializar de forma forte poderemos ter um problemas para o crescimento, especialmente nas empresas exportadoras”, disse.

A CNI elevou a projeção de crescimento da indústria neste ano de 4% para 4,8% e para o PIB (Produto Interno Bruto), de 3,5% para 4%.

O economista destacou ainda que uma eventual demanda maior que a oferta –caso as empresas não invistam– poderá se refletir nos preços, ou seja, provocar mais pressões inflacionárias.

Isso conteria ainda mais a política monetária, restringindo novas quedas nos juros, consideradas essenciais para melhorar as condições de investimentos.

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