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Indústria paulista corta empregos

Pela primeira vez no ano, as indústrias paulistas demitiram mais do que contrataram no mês passado. Levantamento divulgado ontem pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) aponta queda de 0,13% no nível de emprego do setor, o que representa o fechamento de 2.862 postos de trabalho no período. Foi o pior agosto desde 2003, quando a retração chegou a 0,31%.

O resultado negativo levou a entidade a rebaixar a expectativa do emprego para 2006. O emprego, que estava devagar, quase parando, agora já retrocedeu, disse o diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof. Em junho, o indicador havia ficado praticamente estável, com ligeira variação positiva de 0,04%.

Para Tabacof, a perda de dinamismo da indústria se deve a fatores como a redução da oferta de crédito ao consumidor, o esgotamento da capacidade de endividamento das famílias e a diminuição gradativa da renda do trabalhador. A roda da fortuna tem limites, observou.

O diretor do Ciesp reviu suas projeções para o crescimento do emprego este ano, do intervalo de 1% a 1,5% para de 0,47% a 0,84%. A previsão inicial indicava a criação de 20 mil a 30 mil postos de trabalho no setor. Agora, a expectativa é que a indústria paulista feche o ano criando entre 9 mil e 18 mil vagas.

Até o mês passado, o nível de emprego medido pelo Ciesp acumulava crescimento de 2,68% (55.961 vagas) em relação a igual período do ano passado. Já no acumulado em 12 meses até agosto, a pesquisa registra a abertura de 5.468 postos de trabalho, com alta de 0,29% no indicador de emprego.

Na semana passada, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)já havia divulgado dados sobre o emprego apontando para a mesma tendência detectada pelo Ciesp. Segundo a Fiesp, o nível de emprego caiu 0,26% em agosto, com o fechamento de 5 mil vagas.

As duas entidades usam metodologias diferentes para calcular os índices. A Fiesp também reduziu a sua projeção de crescimento do emprego para o ano, de 2% para 1%.

INTERIOR CONTRATA

De acordo com a pesquisa do Ciesp, o interior do Estado é que tem sustentado o crescimento de 2,68% no índice de emprego até agora. Enquanto as empresas instaladas na Grande São Paulo registram queda de 0,50% no ano, o interior acumula crescimento de 5,07%.

A criação de postos de trabalho no interior paulista tem sido puxada pelo setor de açúcar e de álcool, que vive um bom momento devido ao crescimento do consumo, principalmente do álcool combustível. O problema é que a safra da cana-de-açúcar termina no próximo mês e deverão ocorrer demissões no setor.

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