Indústria paulista abre 18 mil postos em janeiro, diz Fiesp

São Paulo, Os setores ligados à produção de álcool, alimentos e bebidas foram responsáveis pela maior parte da geração de postos de trabalho na indústria de transformação paulista em janeiro, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

De acordo com o levantamento, o nível de emprego industrial aumentou 0,86% entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007. O resultado significa a criação de 18 mil postos de trabalho, 10 mil vagas a mais do que no mesmo mês do ano passado, quando houve expansão de 0,39%, com a criação de oito mil empregos.

O diretor adjunto do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, Ferez Abujamra, ressalta que o resultado foi fortemente influenciado pelos segmentos de alimentos e bebidas e álcool, que tem crescido como reflexo da maior demanda por esse combustível. Ele observa ainda que o melhor desempenho do emprego no início deste ano quando comparado a igual período do ano passado pode ter sido uma compensação da forte queda do indicador em dezembro (-2,48%).

De acordo com o gerente do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, André Rebelo, no ano passado foram abertas 12 novas usinas de açúcar e álcool no estado de São Paulo que, em 2007, contará com mais 17 unidades.

O emprego no setor de alimentos e bebidas – que inclui a produção de açúcar – teve expansão de 3,75%, enquanto no segmento de fabricação de coque e refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool, o crescimento foi de 2,16%.

“Excluindo-se esses setores, o crescimento do emprego teria sido de 0,26%”, ressalta o diretor, que prevê aumento do emprego industrial em São Paulo entre 0,5% e 1% em 2007. Na avaliação de Abujamra, a taxa de juros real em patamares elevados (hoje em 9,5% ao ano) e a alta carga tributária (cerca de 39% do PIB) no País estão dificultando um desenvolvimento mais generalizado da indústria, o que se traduz em baixo crescimento do emprego.

(Gazeta Mercantil/Caderno A – Pág. 4)(Nanci Santana)