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Indústria movida a álcool e petróleo

O crescimento dos setores de petróleo e álcool foi a principal novidade na estrutura industrial brasileira nos últimos dez anos, segundo estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Publicado no boletim Visão do Desenvolvimento, o estudo questiona a qualidade do desempenho da indústria brasileira na pauta exportadora.

A conclusão é que, tanto a produção industrial, quanto a pauta de exportações, têm vivido, desde 1996, nítido movimento de concentração em setores intensivos de recursos naturais. Esse movimento é puxado por petróleo e álcool, enquanto áreas intensivas em trabalho, portanto geradoras de emprego, como têxtil, couro e calçados, perderam espaço na cadeia industrial.

Nas exportações, a participação de petróleo e álcool passou de apenas 2%, em 1996, para 11%, ano passado. No mesmo período, os setores intensivos em mão-de-obra representavam mais que o triplo do peso de petróleo e álcool, mas, em 2006 ,já haviam recuado para a metade.

Na produção industrial, a participação de petróleo e álcool passou de 6,4%, em 1996, para 9,9%, em 2006. De acordo com o estudo, os dados mostram que o excepcional desempenho de petróleo e álcool não significa aprofundamento da especialização em setores em que o Brasil já tinha vantagens competitivas e maior participação no comércio mundial, como alimentos e bebidas.

Ao contrário. Revelam, sim, a forte expansão de um setor que tinha peso bastante modesto nas vendas externas em 1996. O trabalho assinado pelo economista Fernando Pimentel Puga coloca desafios para o Brasil, entre eles a necessidade de se definir políticas que tratem dos custos econômicos e sociais provocados pela perda de participação dos setores intensivos trabalho na estrutura industrial.

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