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Indústria de SP pode contratar até 45 mil em 2004

Após três anos sem abrir vagas, a indústria do Estado de São Paulo pode ampliar de 23 mil a 45 mil o número de postos de trabalho em 2004. “Se tivermos aquecimento nos setores voltados à demanda interna – que são os maiores empregadores – as ocupações podem aumentar 3%”, estimou o novo diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Claudio Vaz. “Mas, se dependermos das exportações, o crescimento ficará mais próximo de 1,5%”, frisou. O universo de trabalhadores industriais no Estado era de 1,516 milhão no fim do ano passado.

A expectativa de Vaz é de que a recuperação salarial, “ainda que pequena”, a continuidade da queda de juros e melhorias no crédito levem a indústria a crescer no mínimo 3,5%, o que impulsionaria a geração de empregos. Já os setores exportadores, por mais que continuem ativos, têm uma capacidade reduzida de aumentar a ocupação, uma vez que são mais automatizados. Alguns dos setores promissores para a criação de emprego são o de vestuário e o de alimentação.

Em 2003, o nível de emprego industrial paulista terminou em relativa estabilidade, ou 0,08% menor que no ano anterior. Significa a redução de 1.351 vagas. Foi o terceiro ano de queda no indicador. Em 2002, a indústria eliminou 68,944 mil postos e, em 2001, 32,437 mil. Com o resultado de dezembro, fortemente negativo em relação a novembro – 11.307 postos a menos (- 0,74%) -, a estimativa da Fiesp de fechar o ano positivo foi abolida. Em novembro, com a admissão de 4.418 trabalhadores, a entidade reviu a projeção e passou a vislumbrar a possibilidade de o saldo de contratações ser de 2 mil a 5 mil vagas superior ao de demissões, o equivalente a um aumento de 0,5% ante 2002. Até outubro a estimativa se aproximava do que, de fato, ocorreu. O prognóstico apontava para a perda de, no máximo, 6 mil postos.

Vaz comentou que das mais de 11 mil ocupações fechadas em dezembro, 3 mil estiveram relacionadas a demissões negociadas com os sindicatos, a exemplo do que ocorre quando se abre um Programa de Demissão Voluntária (PDV). O diretor preferiu não definir em quais setores houve esse tipo de acordo. A pesquisa revela apenas que entre os ramos que mais demitiram no mês estão o de auto-veículos (-3,59%), o de calçados de Franca (-3,10), o de congelados e supercongelados (-6,74%) e o de materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários (-1,64%).

Apesar de ter sido o pior dezembro desde 1998, quando o nível de emprego no setor encolheu 1,12%, Vaz ponderou que a média de novembro e dezembro não foi tão ruim quanto a dos três anos anteriores. No último bimestre de 2003, houve redução de 0,35% do nível de emprego; no mesmo período de 2002, a queda havia sido de 0,54% e em 2001, de 0,79%. Diante disso, o número do último mês do ano não compromete o desempenho de 2004. “O resultado não demonstra o início de um ciclo de problemas”, acredita. Além disso, o diretor relembra que novembro foi o melhor desde 1994, quando o emprego cresceu 0,35%.

Na opinião de Vaz, o maior dinamismo no mercado de trabalho começará em abril, após os empresários esgotarem recursos como banco de horas e horas extras. Ou seja, quando a indústria tiver ocupado sua ociosidade.

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